domingo, 24 de outubro de 2010

Vende-se

- Oi quanto custa esse aqui?

- Pra você é R$20,00

- Pra mim é R$20,00?

- Isso.

- E para os outros?

- Como assim?

- Se pra mim é R$20,00 quanto é para os outros?

- Depende.

- Depende do que?

- Depende que outros.

- Outro tipo ela.

- Pra ela é R$15,00

- Por que?

- Porque o que?

- Porque pra mim é R$20,00 e pra ela é R$15,00?

- Ela parece ser mais simpática.

- Ahm?

- Simpatia vale desconto.

- Que absurdo.

- O que?

- Você está me dizendo que eu devo pagar mais porque sou antipática.

- Não eu não disse isso, disse que ela paga menos porque é simpática, e se for levar em consideração você também é simpática ainda to fazendo o preço pra simpática.

- E porque eu sou menos simpática do que ela?

- Você não é menos simpática que ela.

- Então porque ela pagaria R$15,00 enquanto eu tenho que pagar R$20,00?

- Porque ela é bonita.

- A agora você esta dizendo que alem de antipática eu sou feia?

- Eu não disse isso.

- Mais é o que está parecendo.

- Você está interpretando errado...

- Eu não estou interpretando nada errado.

- Ta bom, eu faço por R$15,00 pra senhora.

- Faz?

- Faço.

- E pra ela?

- E pra ela o que?

- Quanto vai sair pra ela?

- R$20,00.

- Ah bom...

...

- Ué porque pra mim vai sair R$20,00, e pra ela R$15,00?

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- Tem desse aqui na cor azul?

- Não tem.

- Aí que pena. E na cor preta?

- Não esse aí é modelo único, só temos no branco.

- Ah modelo único.

- Aham.

- Verdinho desse você não teria?

- Não só no branco mesmo.

- Ah branco não me cai bem.

- Mas temos outras peças em varias cores.

- Hum mais eu gostei dessa.

- Mais da uma olhadinha nas outras, vai que você se interessa por alguma outra coisa.

- É né...

- Prova essa.

- Ah essa é bonita hein.

- Essa é uma das mais bonitas que temos.

- É bonita mesmo, vou experimentar. Traz uma dessa no azul e uma daquela primeira no roxo.

- Trago uma dessa no azul, só que daquela primeira só vai ter cor única.

- Ah é só cor única, e essa cor única não é roxo?

- Não, é branco.

- Ah você tinha falado, então traz a que você sugeriu no branco e a que eu gostei no azul.

- Não seria ao contrario?

- Não, é dificil eu me confundir.

- Então é aquela do modelo único branco, e a que eu te mostrei no azul.

- Não ao contrario.

- Mais aquela única só tem no branco.

- Ah é só no branco?

- Sim, só no branco.

- Não gosto de branco suja muito.

- É mais só tem no branco.

- Amarela não?

- Não.

- Então pega aquela que você sugeriu na cor branca.

- Mas a senhora não disse que não gosta de branco.

- Não gosto, mais só tem branco.

- Não mais tem em outras cores.

- Ah tem outras cores?

- Tem então me vê uma dessa no azul e a primeira na cor preta.

- Mais só tem no branco.

- Ué você que acabou de falar que tem outras cores.

- Não a primeira, a segunda.

- Mas eu não gostei da segunda só da primeira só que de outra cor.

- Eu sinto muito, mais não tem, não tem.

- Nossa como você é antipática, não precisa trazer mais nada, vou comprar em outra loja.

- Vá mesmo.

- Eu vou. Só anota meu numero pra quando chegar àquela peça no preto você me ligar.

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- Se eu levar três você faz por quanto?

- Se você levar três...

- E se eu levar cinco...

- Ah daí fica melhor hein.

- E sete? Se eu levar sete?

- Sete, eu consigo um negocinho bom.

- E nove?

- Vai sair praticamente de graça.

- Praticamente de graça?

- Aham.

- E onze?

- Onze? Nunca ninguém comprou tantos.

- Então quero ver você me agradar.

- Peraí que eu vou falar com meu gerente... “onze, onze”...

...

- E aí quanto sai os onze?

- Meu chefe nem acreditou que você ia levar tantos.

- Se conseguir um preço bom vou trazer gente que compra mais.

- Não acredito.

- Você me ajuda eu te ajudo.

- Com certeza.

- Então e aí o que conseguiu de desconto?

- Consegui 40% de desconto.

- Não acredito, 40% de desconto.

- Você é um cliente especial, merece um preço especial.

- E consegue esse preço pra mim?

- Consigo, só pra você.

- Então me veja um com esse desconto.

- Ahm?

- Ué não disse que consegue esse desconto pra mim.

- Sim mais se fosse levar onze.

- É mais eu só vou levar um, quem compraria onze?

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- Deixa eu ver como ficou.

- Não sei acho que ficou meio estranho.

- Nada, ficou um espetáculo.

- Você acha mesmo.

- Se eu acho? Eu tenho certeza.

- Parece que ta meio apertada.

- É nada ta na moda assim.

- A ta?

- Se ta.

- Mais eu não consigo sentar.

- Pra que sentar? Ta na moda ficar de pé.

- A ta?

- Se ta.

- Não consigo andar direito, parece que estou assada.

- Nem parece, ta Super elegante.

- Sério.

- Eu já menti pra você?

- Conta, quando você falou que tinha todos os números e depois só trouxe esse?

- Não vem ao caso. Fora que ta na moda andar assim.

- Assim parecendo que estou com vontade de ir ao banheiro.

- Sim. Quer dizer não, andar desse jeito.

- Ta mesmo?

- Se ta.

- Não sei mais acho que não vou levar não.

- O que? Está todo mundo ta usando isso.

- Sério?

- Sério.

- Assim, apertado, desconfortável...

- Todo mundo.

- E porque?

- Porque só veio tamanho único.

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- Acha que ficou boa?

- (marido) Não.

- (Vendedora) Sim.

Enquanto a mulher está no trocador.

- (marido) Ela perguntou pra mim.

- (vendedora) Desculpe senhor mais eu sou a vendedora.

- Por que acha que não ficou boa?

- (marido) Sei lá não caiu bem.

- (vendedora) Mais ficou boa. Vestiu muito bem.

- Acha que deixou minha bunda muito grande?

- (marido) Sim. Isso é ótimo.

- Aí amor.

- (vendedora) Não. Ficou perfeita.

- E a blusinha combinou com a calça?

- (marido) Nada a ver.

- (vendedora) Combinou demais.

De volta ao trocador.

- (marido) Não tem nada a ver, a calça é azul e a blusinha é abacate.

- (vendedora) É a tendência.

- Então será que eu devo levar?

- (marido) Eu acho que não.

- (vendedora) Com certeza vai arrasar.

- Acha mesmo.

- (marido) Eu acho.

- (vendedora) Claro.

- Então eu vou levar.

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- Oi, vim trocar isso daqui.

- O que aconteceu?

- Ganhei de presente, e não serve.

- Sinto muito.

- Não tem problema acontece sempre isso.

- Não, sinto muito mais não podemos trocar.

- Como assim?

- É a norma da loja.

- Como norma, isso é um direito do consumidor.

- Mas o lema da loja é “cavalo dado não se olha os dentes”.

- Mais eu não disse que não gostei do presente, só vou trocar por um maior.

- Não aqui.

- Mais foi comprado aqui.

- Sim eu sei ta com a etiqueta.

- Então vou trocar aqui.

- Mas não efetuamos troca de presentes aqui. Valorizamos a pessoa que deu.

- Eu também, mas não serviu.

- Não posso fazer nada.

- Pode sim, pode trocar.

- Não trocamos. O senhor vai ser obrigado a emagrecer.

- O que? Está me chamando de gordo?

- Não o senhor está se chamando de gordo, dizendo que não serve.

- Mais ficou curto não apertado.

- Pior ainda.

- Pior ainda o que?

- Pior ainda de trocar. Por que se tivesse apertado o senhor poderia chorar um pouco e nós acabaríamos trocando, agora se ficou curto.

- Tava mentindo, ficou apertado mesmo.

- Não adianta querer enganar, agora o senhor, já falou.

- Isso é um absurdo, não deveria nem estar discutindo isso com você. Chama seu gerente pra mim.

(Gerente) O que está acontecendo?

- Seguinte eu ganhei esse presente e queria trocar, mas ele disse que vocês não fazem troca.

(Gerente) E não fazemos.

- Como não, ele disse que se eu chorasse um pouco ele trocaria.

- Você disse isso?

- Disse... Mas...

(Gerente) Não tem mais, já falei que não vamos trocar nem pra gordo mais.

- Ei eu to aqui ainda.

(Gerente) Sinto muito mais não fazemos trocas.

- E o que eu faço com esse presente?

- Dá de presente pra alguém. Afinal de contas pelo seu tamanho pelo jeito fizeram isso.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Cabeça de criança...

- Par ou impar?

- O que?

- Par ou impar?

- Você vai querer tirar no par ou impar?

- Sim.

- A para.

- Paaar? Ou impaar?

- Não vou jogar par ou impar com você.

- Ta com medo?

- Não apenas não vou jogar.

- Hum, medroso...

- Não vou jogar. Você rouba.

- Como roubo?

- Roubando.

- Como roubando?

- Você sempre escolhe primeiro.

- Ué você fica enrolando.

- Não é que eu fico enrolando, tenho que escolher direito.

- Ta bom pode escolher primeiro.

- Não, não quero jogar.

- Ta com medo é?

- Não apenas não quero. Acho que devemos decidir isso como adultos.

- É pensando bem é melhor mesmo.

- Com o que está em jogo não pode ser disputado numa brincadeirinha assim.

- Que tal pedra, tesoura ou papel?

- Acho mais justo. Mais tem que ser melhor de três.

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- Aninha quer casar comigo?

- Será Luquinha mais nós somos muito novos.

- O que que tem, eu gosto de você, você gosta de mim.

- Mais e os nossos pais?

- Eu peço para o teu pai.

- Você é louco.

- Peço sim.

- E se ele disser não.

- Ele não pode dizer não.

- Lembra o que aconteceu com o David.

- Mais o David não sentia o que eu sinto por você.

- Aí que lindo.

- Ta decidido vou falar com ele hoje, depois que sairmos da escola.

- Eu to com medo.

- Não precisa ficar, talvez hoje mesmo já estejamos morando na minha casa da arvore.

- O que?

- É vamos morar lá.

- Naquele muquifo?

- Muquifo?

- É aquela arvore caindo aos pedaços.

- Mas já tínhamos combinado.

- Não, não, não...

- Como não...

- Não, eu não entro naquela casa de arvore nem que a vaca tussa.

- Mas é tudo que eu tenho. Aquela casa na arvore e minha Calói 10.

- Você chama aquilo de Calói 10 eu daria no máximo um 4 para aquela bicicletinha.

...

- Aonde você ta indo?

- Tomar um leite e esfriar a cabeça. Pensando bem acho que seu pai não ia deixar mesmo.

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- A não mais meia.

- Não fala assim filho.

- Mas mãe, todo ano ela me da meia.

- Carlos Augusto.

- Carlos Augusto não mãe. Eu tenho que falar. Todo mundo da uma coisinha diferente, mais a tia Teka da sempre meia, meia, meia.

- Não seja mal agradecido.

- Eu vou falar com ela.

- Não faça isso.

- Vou ter que falar, não posso mais deixar isso acontecer. Tenho que saber se é só comigo ou se da para os outros sobrinhos também.

- Não vai... Ih já foi...

- Tia vamos conversar.

- Fala meu sobrinho que eu mais gosto.

- Não me venha com sobrinho que eu mais gosto não.

- O que?

- Isso mesmo que você ouviu, se eu fosse o sobrinho que você mais gosta, não me daria meia em todas as datas comemorativas.

- Ahm?

- Meia, soquete, meia social, meia com dedo, de frio, de verão, de fazer academia eu tenho 13 anos e você me da meia pra usar na academia.

- Não to entendendo.

- Meia, a senhora só me da meia tia, eu sei que meia quanto mais melhor. Mas não poderia mudar só uma vez? Só uma vezinha?

- Eu pensei que você gostasse.

- Eu gostei até a vigésima vez. Mas até na páscoa tia. Na páscoa!

- Era de coelhinho.

- Mas era páscoa.

- Desculpe.

- Não precisa pedir desculpa só me responda uma coisa?

- O que?

- Ah senhora da meia pra todos os sobrinhos?

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- Mãe, pai, eu tenho que confessar uma coisa.

- O que foi filho.

- O que que está acontecendo Paulinho?

- Eu sou adotado.

- Ahm?

- O que?

- Eu sei que sou.

- Para de falar besteira filho.

- Mãe não adianta negar.

- De onde tirou isso filho?

- Eu já venho percebendo isso a muito tempo.

- Do que está falando?

- Olha pra você mãe. Eu não pareço nem um pouco com você.

- Besteira, quando crescer vai ficar mais parecido.

- Não diga isso pai, eu me pareço menos ainda com o senhor. O senhor é careca.

- Paulinho não fala assim com o seu pai.

- Mais é verdade mãe, ele é carequinha.

- É a idade filho, e sua mãe que fez cair.

- O que não vem colocar a culpa em mim por você ser careca precoce.

- É culpa sua sim.

- A e o meu corpo, olha o que você fez com ele, nem meu filho não me reconhece mais.

- Ah você fica o dia inteiro coçando e a culpa é minha.

- É sua, antes de te conhecer eu era magrinha, cabelo perfeito, todo mundo me queria.

- A e antes de te conhecer eu era magrinho, tinha cabelo...

- Parem de brigar, parem de brigar. Eu errei realmente vocês são meus pais.

- Ué como descobriu agora?

- Eu achei umas fotos de quando vocês eram novos e realmente vocês eram assim como falaram. Só espero não ficar com a aparência de vocês quando ficar mais velho.

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- Vou contar até 10...

- Não até 10 é muito pouco.

- Ta bom, até 20.

- Conta até 50.

- Mais eu não sei contar até 50, só sei contar até 20.

- Então conta duas vezes até 20.

- Ah mais daí da mais.

- Claro que não.

- Ta bom.

- 1, 2, 3... 20. 1, 2, 3... 20. Lá vou eu.

- Conta mais uma vez até 20.

- Não lá vou eu.

- Não conta mais uma vez até 20.

- Já deu tempo pra você se esconder, porque não foi?

- Tava vendo se ia contar certo.

- Ta bom vou contar só mais uma vez.

- Mais uma vez, de duas vezes até 20, ou só até 20.

- Só mais uma até 20.

- Não tem que contar duas vezes até 20 pra dar quase 50.

- Como você sabe que duas vezes 20 da quase 50?

- Sabendo.

- Como sabendo? Você sabe contar até 50?

- Não.

- E como sabe isso então?

- Porque eu sei ué.

- Não tem nada vê.

- Claro que tem.

- Não tem.

- Tem sim.

- Ih olha o Cláudio indo embora.

- Onde você vai?

- Vou ir estudar matemática.