sábado, 13 de novembro de 2010

Tenho ciúmes, ciúmes de você

- Você ta com ciumes de mim, não acredito...

- Não to com ciúmes.

- Ta sim que eu sei. Ta incomodada...

- Nem to...

- Então porque ta brava?

- Não to brava.

- Para, ter ciúmes não é nada demais...

- Mais eu não to com ciúmes...

- Ta sim que eu te conheço.

- E o que que tem que me conhece, só porque me conhece sabe se eu to com ciúmes? Se me conhecesse mesmo saberia que eu não to com ciúmes e que não ligo que você fique olhando pra essas galinhas...

- Viu, viu...

- Ah além de ficar olhando quer me mostrar ainda...

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- Que marca é essa no seu pescoço?

- Qual marca?

- Essa marca aí...

- Não tem marca nenhuma.

- Tem sim. Olha no espelho.

- Ah não acredito que marcou.

- Quem marcou?

- Como quem marcou?

- Quem fez essa marca?

- Ninguém fez.

- Como ninguém fez?

- Ué ninguém fez.

- Então como você fez isso, sozinho?

- Não fiz sozinho.

- Então quem fez?

- Foi você quem fez

- Agora pouco não tinha sido ninguém?

- Não quando eu disse ninguém, eu quis dizer que foi você.

- Como eu, Ronaldo. Da onde eu?

- Aquela hora.

- Que horas?

- Aquela lá. Foi você não se lembra.

- Não, não lembro.

- Como não se lembra, eu falei pra você não fazer isso, senão minha mulher ia ficar brava.

- Mais eu sou sua mulher Ronaldo.

- A então não foi você.

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- Onde você estava até essa hora?

- Trabalhando.

- Trabalhando?

- É, trabalhando!

- Até essa hora?

- É, até essa hora.

- Onde?

- No escritório.

- No escritório?

- Sim, no escritório!

- Até essa hora?

- Já perguntou isso.

- Eu sei que já, mas é dificil de acreditar.

- Por que?

- Porque quem trabalha até as três da manhã, de uma sexta-feira, num escritório de contabilidade?

- Eu.

- Claro, só você.

- Não tava eu e a secretaria.

- O que?

- Tava eu e a Débora.

- Ah então quer dizer que tava você e a Débora até agora no escritório é?

- Aham.

- Fazendo o que?

- De novo?

- Vai me dizer que você estava até essa hora, com a secretaria, no escritório trabalhando?

- Sim.

- A me poupe né Frederico.

- Ta bom Karla, eu não vou discutir com você, amanhã acordo cedo tenho que viajar pra búzios.

- Fazer o que em búzios fim de semana?

- Trabalhar né Karla, o que mais eu faço se não trabalhar?

- E quem vai?

- Eu e a secretária.

- A não isso é inadmissível.

- O que eu não posso trabalhar mais? Faço hora extra você reclama, viajem a trabalho você reclama, não confia em mim?

- Sim, em você eu confio, em quem eu não confio é na sercretaria.

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- Amor tenho que te falar uma coisa.

- O que?

- Bem não sei por onde começar.

- Começa pelo começo.

- Boa idéia. Então sabe que eu gosto muito de você.

- Sei.

- E que nosso relacionamento é uma das melhores coisas que já me aconteceu.

- Sim eu sei.

- E que eu nunca faria nada pra te machucar.

- Ih não estou gostando desse tom de voz.

- Eu vou tentar ser mais direto.

- Por favor.

- Eu gosto muito de você, você sabe disso né?

- Acho que sabia até agora.

- Por gostar muito de você eu estou fazendo isso.

- Aí meu Deus eu não acredito que estou passando por isso.

- É dificil pra mim também.

- Então fala de uma vez.

- Peraí, eu estou tentando achar uma maneira de falar isso que não parece que eu estou sendo injusto ou algo assim.

-Nada que você faça vai me fazer te achar um injusto.

- Obrigado. Contudo mesmo assim vou ter que falar.

- Eu acho que já sei o que você vai falar?

- Já sabe?

- Acho que sim.

- Ah melhor então não preciso falar.

- Como não precisa falar? Eu falei que acho que já sei, não que sei.

- Ahm?

- Continua.

- Ta, onde eu parei mesmo?

- Que não quer parecer injusto.

- Ah é. Então eu tenho que dizer isso...

- Você vai dizer que vai terminar comigo?

- Não, capaz, nunca me passou isso pela cabeça. Só ia dizer que estou te traindo.

- Aí que susto, pensei que fosse terminar comigo... E ainda tava com medo de parecer injusto...

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- Milton o que significa aquilo?

- Aquilo o que?

- Aquilo que eu te peguei fazendo?

- Nada!

- Como nada?

- Ah amor para, eu não tava fazendo nada demais.

- Como não tava fazendo nada demais? Como não?

- Não tava...

- Ah não é nada demais um homem casado fazer o que você estava fazendo...

- Não, não é.

- Ah não, imagine o que os vizinhos vão pensar, que eu não estou te dando comida em casa...

- E não está.

- Oi?

- Nada ver, como os vizinhos vão saber...

- Eu que vou saber como eles vão saber, mais pode apostar que eles vão ficar sabendo...

- Será?

- Imagine um homem casado, com filhos fazendo isso...

- Qual é o problema?

- Qual é o problema? Se não precisa de mim pra isso, o que ainda ta fazendo casado comigo?

- Amor você ta pirando...

- Em quem você pensa fazendo isso.

- Em você.

- Aham Milton senta lá...

- Pior que até tento ter a inspiração de outras mulheres mais sempre acabo pensando em você.

- Não adianta tentar me agradar...

- Mas é a mais pura verdade... Começo ali pensando na Ana Maria Braga, depois vou pra Palmirinha...

- Sabia que começava nas celebridades pra depois chegar em mim.

- Isso não é verdade, você é minha maior inspiração...

- Vou fingir que acredito.

- Então vem aqui me dar um beijo...

- Não, você está com a mão meio ocupada...

- Mais eu já estou terminando...

- Então termine sozinho aí... Você vai precisar de mim ainda pra fazer a sobremesa...

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- Que fotos são essas de mulher pelada aí hein.

- Fotos de mulher pelada.

- É você ta me traindo Eduardo.

- Não amor, são só fotos.

- Você está me traindo com a Playboy de novembro.

- Não é de novembro, é de agosto.

- Pior ainda.

- Como pior ainda.

- Está me traindo com uma mais velha.

- Mais amor é só uma revista.

- Não é só uma revista é a playboy de agosto.

- Mais eu não tava vendo as fotos, só as matérias.

- De novo com esse papo de só as matérias, Ricardo Eduardo.

- Juro amor.

- Não jura em falso que é pecado.

- Mais é verdade.

- Pode admitir Eduardo, você está me traindo com a playboy de agosto, fala que fica menos feio pra você.

- Mais eu não estava te traindo, estava apenas lendo as matérias.

- E por que você está excitado?

- Não estou...

- Como não está eu conheço ele...

- (Conhece mais não quer nem tocar nele)...

- O que que você falou?

- Nada!

- Não tenta disfarçar não, que matéria é essa que te deixou assim de “barraca armada”?

- Ahm?

- Que matéria boa é essa aí...

- Não é matéria...

- Sabia... Viu devia ter falado desde o começo, que estava vendo as fotos.

- Mais não é as fotos...

- Se não é as fotos que te deixou... Assim. O que é então?

- As piadas da ultima página.

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- “Trago essa rosa, para te dar”...

- Não adianta querer me agradar.

- “Quando a luz dos olhos seus e as luz dos olhos meus resolvem se encontrar”...

- Para de desconversar Luiz.

- “Tive razão posso falar”...

- Teve razão? Como teve razão?

- “Ela ta dançando e o pimpolho ta de olho”...

- Ah sabia, sabia seu descarado.

- “Provei pra você que eu não sou mais disso”...

- Sim, provou fazendo aquilo...

- “Você é doida demais, muito doida, muito doida”...

- O que? Vou embora.

- “Palavras apenas, palavras pequenas”...

- Você esta duvidando de mim?

- “Pare, até quando você quer mudar minha vida”...

- Está me chamando de controladora?

- “Pra que falar se você não quer me ouvir”

- Ouvir o que suas mentiras?

- “Eu menti quando eu disse que não te queria”...

- E eu ainda achava que você tinha algum sentimento por mim...

-“Eu te amo e vou gritar pra todo mundo ouvir”...

- Não aqui não, vai me fazer passar mais vergonha do que eu já estou passando...

- “Eu não ligo pra que os outros falam, me arrependo só do que não fiz”...

- Não liga porque está bêbado!

- “Se eu quiser beber eu bebo, se quiser fumar eu fumo”...

- Ah então fica sozinho aí...

- Peraí... “Eu tenho tanto pra te falar, mais com palavras não sei dizer”...

- Não eu vou embora, passar bem...

- “Não se vá meu amor”...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Mentira saudável

- To bem pra sair assim?

- Não.

- Aí Pedro.

- Só to falando a verdade.

- Mais precisa ser tão grosso.

- Não estou sendo grosso, to sendo sincero.

- Sincero... E essa será que fica melhor?

- Você quer que eu fale a verdade ou minta?

- Fale a verdade.

- Não ficou bom também.

- Nossa, olha o tipo.

- Você que falou pra eu dizer a verdade.

- Mais não essa.

- Como não essa? Existe outra? Essa é a verdade.

- Mais não desse jeito.

- E de que jeito você queria que eu dissesse?
- Sei lá mais não assim.

- Como então?

- Não importa se não ficou bom eu vou trocar.

...

- E agora?

- Tem certeza que quer que eu fale?

- Claro que quero.

- A verdade?

- A verdade!

- Ficou linda.

- Nossa como você é mentiroso.

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- Ah Carlo para de mentir.

- Porque você nunca acredita em mim?

- Porque você nunca fala a verdade?

- Eu to falando a verdade.

- Como eu posso acreditar que você ta falando a verdade agora, se todas as outras vezes eram mentira.

- Não era mentira.

- Ah Carlo.

- Não era, to falando.

- As outras pode até ser que não, mais agora é!

- Não é, porque eu mentiria sobre uma coisa dessas?

- Porque você falaria a verdade?

- Não tenho motivos pra mentir sobre isso.

- E desde quando precisa de motivo pra mentir?

- É isso é verdade.

- Viu eu falo a verdade, já você...

- Já eu também.

- Não tem como eu acreditar nisso, é um absurdo.

- Porque um absurdo? Só você pode fazer isso?

- Não é que só eu possa fazer isso, mais é que não sei se outras pessoas conseguiriam.

- Mais eu vi.

- Tem como provar?

- Ãhm?

- Tem como provar?

- Não acredita na minha palavra?

- Ah Carlo...

- Ah sim, só você consegue fazer isso, você é o rei, o rei de fazer isso...

- Eeee... Ficou bravo...

- Não fiquei bravo, apenas fico puto por você não acreditar em mim.

- Mais eu acredito.

- Não acredita.

- Acredito.

- Não acredita não.

- To falando que acredito.

- Mentiroso...

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- É pelo que deu no diagnostico o senhor sofre de uma doença...

- Aí doutor qual é o nome da doença?

- Mintomania.

- Minto... O que?

- Mintomania. Pessoas que mentem demais.

- Mentira.

- To falando a verdade, o mentiroso aqui é você.

- Não sou não, nunca menti na minha vida.

- Olha aí os efeitos.

- O que to falando a verdade.

- Eu sei que é dificil de aceitar, mas você tem que ser forte.

- Eu sou forte, uma vez ergui um carro...

- É os sintomas estão se agravando mais.

- Qual é o tratamento doutor.

- Falar a verdade.

- Quantas vezes por dia?

- Vai ter que fazer o tratamento intensivo, falar a verdade o dia inteiro.

- Eu não vou conseguir doutor.

- Vai sim, eu acredito em você.

- Acredita?

- Não.

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- Olha nos meus olhos e diz a verdade.

- Precisa mesmo disso?

- Se quiser que eu volte a acreditar em você, sim.

- Não precisa disso eu to falando sério.

- Então olha nos meus olhos.

- Pra que tudo isso.

- Olha. Nos. Meus. Olhos...

- Ta bom.

- Agora diz.

- Você não está gorda...

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- Você jura?

- Juro.

- Jura pelo seu carro?

- Pelo carro Betinha...

- Jura pelo carro?

- Juro, juro...

- Jura mesmo.

- Juro.

- Jura pelo corinthians?

- Ah não coloca o corinthians na história.

- Jura pelo corinthians ou não?

- O corinthians?

- Jerê...

- Juro pelo corinthians. Satisfeita?

- Mais ou menos.

- Mais ou menos?

- Jura pela morte da sua mãe?

- Pela morte da mãe não, Roberta.

- Viu como era mentira...

- Roberta você vai querer colocar a mãe no meio.

- Só assim pra descobrir a verdade...

- Mais já jurei pelo meu carro, pelo corinthians, agora quer que eu jure pela morte da minha mãe.

- Jura pela morte da sua mãe ou não?

- Não pode ser pela morte da sua?

- Sabia que era mentira...

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- Ah, mais foi uma mentira saudável.

- O que?

- Uma mentirinha saudável...

- Como assim mentira saudável?

- Uma mentira que não vai prejudicar ninguém.

- Só porque não vai prejudicar ninguém, é saudável agora?

- Não é agora, sempre teve esse nome.

- Não existe esse negócio de mentira saudável. Mentira é mentira.

- Sim mais tem vezes que nós mentimos pra não machucar o próximo.

- Que próximo.

- Sei lá as pessoas que gostamos.

- Você já contou uma mentira saudável pra mim?

- Claro que sim.

- Qual foi?

- Qual foi o que?

- A mentira saudável.

- Não lembro, foram tantas...

- Ah quer dizer que você sempre faz isso.

- Não.

- Não?

- Não, só quando é preciso.

- E com qual freqüência é preciso?

- A não sei te dizer amor.

- Como não sabe dizer? Dá um exemplo.

- Um exemplo? Um exemplo?

- É.

- Pra evitar alguma briga.

- Que tipo de briga?

- Briga besta (como essa)...

- O que?

- Nada.

- Isso foi uma mentira saudável?

- Saudável pra mim.

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- E se fosse proibido mentir?

- O que?

- Imagine se fosse proibido mentir.

- Do que você ta falando? Fica de olho aí...

- To olhando... Só tava pensando, imagine que ruim se não existisse a mentira.

- Ué que diferença faria?

- Que diferença faria?

- Olha pra tela.

- To olhando... Que diferença faria?

- É.

- O que você diria pra sua mulher pra poder passar no bar?

- A verdade.

- Até parece.

- Sim, a verdade.

- O que diria para o chefe quando chegasse atrasado?

- Olha teu lado aí...

- O que?

- Falei olha teu lado aí...

- To olhando... Mais o que diria para o chefe?

- A verdade.

- Para de mentir...

- Diria a verdade sim, sempre digo...

- Aham, sempre diz.

- Sempre digo sim... E para de conversar, vamos prestar atenção no serviço.

- A verdade...

...

- Diria a verdade, para sempre?

- Sim, se fosse proibido mentir teria outra opção?

- É, pior que não.

- Então. Agora olha teu lado aí.

... E se a sua mulher pegasse você com outra na cama o que você diria?

- A verd... Se ela me pegasse com outra na cama?

- É.

- E não pudesse mentir?

- É.

- Não mais isso nunca vai acontecer.

- Não.

...

- Mais e se acontecesse com você. Se a sua mulher te pegasse com outra na cama e fosse impossível mentir, o que você diria?

- Diria a verdade.

- Que verdade?

- Que a sua mulher estava passando mal e que eu estava tentando ajudá-la.