quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Traição é Traição


- Todos os homens traem!
- Não, não são todos...
- Todos.
- Acho que você está exagerando.
- Não estou não, todos traem...
- Que isso.
- Todos, meu pai traiu, seu pai...
- Ei, não fala do meu pai.
- Seu pai trabalhava com o que?
- Era vendedor!
- Então traiu!
- Pera aí...
- Todo homem trai, meu marido trai, quando você tiver um marido ele vai te trair.
- Por que você não termina se seu marido te trai?
- Porque outro também vai me trair.

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No bar uma roda de amigos, um deles é novo na turma.
- Mas o que se encaixa em traição?
- Beijo.
- Beijo é traição.
- Das graves.
- sonho?
- Não, sonho não, sonho não é traição.
- Sonho não.
- Acho que nada que está ligado a imaginação deve ser considerado traição.
- Ta, mas e se eu tiver transando com a minha mulher mas pensando em outra.
- Segundo as regras isso é traição.
- Regras? – questiona o novato.
- Sexo?
- Sexo não.
- Pera aí, como assim sexo não?
- Sexo não é traição, sexo é carnal, é necessidade. Se for seco, não.
- Como assim não? Claro que sexo é.
- Não, sexo não. Amor é, sexo não.
- Suponhamos que você ama sua esposa.
- Mas eu amo.
- Ta, vamos fingir que sim.
- Eu amo!
- Ta! Supondo que você ela e nunca a traiu.
- Mas eu nunca trai.
- Você vai continuar interrompendo?
- Desculpa.
- Continuando... você está casado e ama a sua esposa.
Todos na mesa riem.
- Mas aí ela engravida.
“Shiii” todos na mesa em coro.
- Engravida, ai ela ganha o bebe, tem algumas semanas de recuperação dando atenção só para o bebe.
- Nisso já foi quase um ano sem transar.
- Ai ela entra numa depressão pós parto. Fica com vergonha de mostrar o corpo...
- Já são dois anos.
- Você acha que se tiver uma oportunidade não fara nada?
- Se a mulher for muito gata.
- Não, se for qualquer uma.
- Você vai pegar. Mas não quer dizer que não ame mais ela, está fazendo isso para o bem dos dois.
Silencio.
- É, pensando bem...
- Sexo não é!
- Orgia com anãs?
- Com anãs é!

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Depois de varias ouvindo a mulher falar o nome de outro homem quando está dormindo, o marido resolve confronta-la, durante um jantar.
- Aí esse Jonas não presta?
Ela nem da atenção, continua mexendo no celular.
- Não posso com esse Jonas.
Ela olha para ele.
- Quem é Jonas?
- Jonas? Não sei. Quem é Jonas?
- Você acabou de falar.
- Não. Eu? Jonas? Não. Você conhece?
- Não!
Silencio. Ela olha para ele sem entender, balança a cabeça negativamente e volta a mexer no celular.
- Marina, quem é Jonas?
- Sei lá?
- Pode abrir o jogo Marina.
- Abrir o Jogo? Você está num filme.
- Quem é ele, já sei o nome, agora falta saber o que ele faz, de onde é...
- Do que você está falando?
- Do Jonas.
- Que Jonas homem.
- Eu é que pergunto, que homem é esse Jonas?
- Não faço idéia do que você está falando.
- Sabe sim, vem falando o nome dele a semanas.
- Venho?
- Sim, quando está dormindo!
- Quando estou dormindo? Você está me espionando dormindo?
- Não, você que fala alto, me acorda chamando esse tal de Jonas, quem é?
- Vou saber quem é, eu to dormindo.
- Não sei não, não sei não...
- Não sabe não o que?
- Esse Jonas...
- Sabe o que é isso?
- O que?
- Sua consciência.
- Minha consciência se chama Jonas?
- Não, você fez alguma coisa errada, ta com a consciência pesada e está procurando alguma desculpa pra deixar ela limpa, mas não vem não. Eu não vou levar a culpa.
Levanta com tudo.
- E pode pegar suas coisas no quarto que hoje só vai dormir eu e o Jonas!
Sai batendo o pé.

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No bar
- Viu a ultima pesquisa?
- Não, qual foi?
- Saiu uma pesquisa mostrando que a mulher trai tanto quanto o homem.
- Besteira, ninguém trai como nós homens.
Passa uma mulher, eles param a conversa pra vê-la passar.
- Nós já fazemos isso a muito tempo. Meu bisavô trai, meu avô tinha duas famílias fora do casamento, meu pai foi pega traindo minha mãe na cama deles e eu to procurando uma amante.
- Sim, que o homem trai não é novidade. Mas é por isso mesmo, é que as mulheres são mais discretas, segundo a pesquisa elas fazem são mais discretas do que nós.
- Não, essa pesquisa deve ter sido encomendada por alguma feminista pra acabar com a nossa fama.
- Pode ser.
Passam mais duas mulheres, eles comem elas com os olhos.
- Será que as nossas mulheres já nos traíram?
Os dois ficam em silencio. Ignoram as duas mulheres que passam voltando do banheiro. Os dois levantam. Olham para o relógio.
- Ih, tenho que ir... minha mulher ia fazer janta hoje.
- Pois é, a minha também, hoje é terça, ela sempre faz algo especial na terça.
Saem correndo cada um para um lado.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Classe média


- Uma rodada por minha conta!
- Opa, esta comemorando o que?
- Agora faço parte da classe média!
- Ganhou na loteria?
- Não, quem me dera, não disse que virei classe alta.
- Sério, ganhou um aumento?
- Não!
- Trocou de emprego?
- Não, pra que vou trocar, pra ganhar o mesmo que já ganho?
- Então como você passou a ser classe média da noite para o dia?
- Abaixaram o nível. A maioria dos brasileiros agora são classe média.
- Até eu?
- Até você!
- Mas eu to desempregado.
- Quanto você ganha de seguro desemprego.
- 820 reais!
- Então você também é.
- Oba... uma rodada na minha conta também.

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O homem chega em casa todo animado.
- Amor agora nós somos classe média.
- Oba, vamos sair pra comemorar.
- Não da, se gastarmos dinheiro, voltamos a ser classe baixa.

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Num café, desses bem modernos e caro, alguns homens da classe média alta estão sentados conversando.
- Viram a noticia de capa hoje dos jornais.
- Não recebo mais o jornal. Agora vejo tudo pelo meu novo iPad de ultima geração.
- É eu também tenho um desse, nem chegou no Brasil ainda.
- Vai demorar pra chegar, isso se chegar.
Todos riem e tomam seus cafés caro, nas xicaras de porcelana que devem ter sido bem cara também.
- Então, já que não viram deixa eu atualizar vocês.
- Fala.
- Agora mais da metade da população Brasileira faz parte da classe média.
Um deles se engasga.
- Não acredito.
- Quando eu vi, não acreditei também, mas parece que é verdade.
- Mas o que aconteceu?
- Espero não ter caído a porcentagem de gente da classe alta.
- Não pelo jeito não perdemos nenhum dos nossos.
- Então quer dizer que efetivaram uma porcentagem da classe baixa.
- Sim. Pelo jeito sim. Pelo que me parece, agora por uma mixaria você já é considerado classe média.
- Que descaso com a população, ficar iludindo os coitados. Fazendo-os gastar o que não tem.
- Pior é que agora eles vão ficar metidos.
- Nem me fala. Nada pior do que pobre metido.
- Só espero que não baixe o valor para ser considerado classe alta.
- Deus o livre. – bate na mesa de madeira, uma madeira cara.
O garçom trás a conta, todos tiram a carteira para pagar.

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- Pai nós somos pobres?
- Não filho.
- Mas também não somos ricos né?!
- Também não.
- Então se nós não somos ricos, nem pobres, o que nós somos?
- Somos classe média.
Silencio.
- Pai, o que é classe média?
- Classe média é aquele que gasta pensado que é rico, mas na realidade ainda ganha como pobre.

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O menino chega chorando em casa.
- O que aconteceu filho?
- Meus amigos ficam tirando sarro de mim na escola?
- Por que, por causa das suas orelhas? Não liga filho, você ouve melhor do que eles...
- Não é por causa das minhas orelhas...
- Por causa do nariz? A eu sabia que puxar o nariz do seu pai ia te dar problemas, não liga filho, as mulheres gostam de homens narigudos.
- Mãe, não é por causa do meu nariz também...
- É as canelas né? Elas não são tããão finas assim.
- Não é mãe...
- Então o que foi filho?
- Meus amigos ficam me chamando de classe média.
- Não acredito.
- Sim.
- Isso é uma lastima! Orelhudo, narigudo e canela fina, tudo bem. Agora classe média já é demais, vou ser obrigado a ir na sua escola.
- Eu não sou classe média né mãe. – fala voltando a chorar.
- Não meu filho, você não é. Você é classe alta. Não liga para o que eles falam.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Pais separados


Pai e mãe entram no quarto do filho e sentam na cama dele, que está no computador jogando e só observa com o canto do olho. Eles ficam em silencio. O filho para de jogar, tira os fones e vira pra eles.
- Antes de qualquer coisa eu queria dizer que não foi culpa minha.
- Não, não foi mesmo.
- Não mesmo.
- Isso é uma coisa nossa.
- Ah tá, eu pensei que eu tinha culpa.
- Não, você não tem culpa nenhuma. Eu e sua mãe que temos.
- Mais ele.
O pai da uma olhada para a mãe.
- Porque eu faço coisas erradas, mas agora não fui eu.
- Não, que isso. Isso não tem nada a ver com você.
- E isso não vai mudar em nada nossa relação.
- Vamos continuar sendo seus pais.
- Cumprindo com as nossas obrigações.
- E te amando aconteça o que acontecer.
- Isso é uma coisa que acontece.
- É normal no mundo dos adultos.
- Quando você crescer vai entender.
- Só não queremos que você sofra.
- Pode ligar para o papai a hora que quiser. Não hesite.
- E eu vou estar sempre aqui.
- Vamos se separa como marido e mulher, mas continuamos sendo pai.
- E mãe.
- Ah vocês estavam falando da separação.
- Sim, do que você acha que era.
O filho fica em silencio. Olha para os dois.
- Nada.
Vira para o computador, coloca o fone e volta a jogar. Os pais ficam sentados na cama sem entender.

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A mãe e o pai estão em pé, em frente ao filho que está sentado.
- E aí?
- Não sei.
- Ele vai ficar comigo.
- Como assim vai ficar com você Marieta.
- Eu sou a mãe.
- E eu sou o pai.
- Grandes coisa, por pouco não é.
- Oi?
- Eu falei que ele vai ficar comigo e pronto.
- Não, não. falamos que ia deixar ele escolher.
- Ele não tem idade para isso Roger.
- Você está com medo, porque se deixar ele escolher, sabe que ele vai ficar comigo.
- Ah coitado!
- Otavinho, né que você quer ir morar com o papai.
- Né que não, né que você quer ficar com a mamãe.
- Na casa do papai vai ter piscina.
- Aqui tem seu vídeo game, brinquedos, seu quarto.
- Não esquenta, você pode levar tudo isso Otavinho, ou se não o papai compra tudo novo. Isso, o papai vai comprar tudo novo.
- Nossa a gente se separou você ficou rico?
- Praticamente, já que agora não tenho mais você me afundando.
- Olha o que você fala na frente do meu filho.
- Nosso filho.
- Filho você vai ficar com a mamãe né? Não vai abandonar a mamãe igual fez o papai.
- Se ele tivesse casado com você com certeza iria.
- Oi?
- Nada, eu disse que não vale fazer chantagem emocional.
- E comprar vale?
- Não estou comprando, estou deixando ele aproveitar das coisas que não podia porque meu dinheiro estava sendo gasto com você.
- Comigo e com aquela safada da sua amante.
- Eu não quero discutir isso na frente do meu filho.
- Nosso filho.
Silencio.
- E ai filho, com quem você quer ficar?
- Com a vovó.

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Pai e filho estão no carro. O filho está no celular. O pai dirigindo.
Silencio.
- E aí filhão, como estão as coisas? Quais as novidades?
- Nenhuma.
- Hum, legal.
Silencio.
- E a escola?
- Ta bem.
- Bom, bom...
Silencio.
- Viu o jogo ontem?
- Vi.
- Tava bom né?
- Bom.
- Legal.
Silencio.
- Filho.
- Oi?
- Quem é aquele cara que estava na sua casa quando eu fui te buscar?
- É o...
- Não que eu me importe. – interrompe.
- É o namorado da mamãe.
- Namorado?!
Vai com o carro para o meio fio. Volta.
- Namorado?
- É...
- Nossa, que legal...
Silencio.
- Namorado, legal.
Silencio.
- E faz tempo que eles estão namorando?
- Não sei, acho que faz uns quatro meses.
- Como assim quatro meses, sendo que nós nos separamos a três.
Vai para o meio fio de novo, o carro de trás buzina, ele mostra o dedo.
- Ah, então faz dois.
- Ah, dois, ufa...
Silencio.
- E ele é legal com você.
- Sim.
- Porque se ele não for pode falar que eu vou lá agora mesmo, quer que eu vá lá agora? Eu vou agora!
Dá pisca pra fazer a volta.
- Não precisa, ele é legal, bem legal.
- Ah bom.
Silencio.
- Filho.
- Oi.
- Ele é mais legal do que eu?
- Claro que não né pai.
O pai abre um sorriso de satisfação.
- Apesar da mamãe dizer toda hora, que ele é mil vezes melhor que você em todos os sentidos.
Some o sorriso. E ele vai para o meio fio mais uma vez.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Dia do irmão


O pai se prepara para sair de carro, os dois irmãos pedem pra ir junto, o pai deixa. Um deles fala.
- Eu vou na frente.
O outro fala na sequencia.
- Eu vou na frente.
- Eu falei primeiro.
O que falou por segundo, desce emburrado do carro e vai sentar atrás.

Um dos irmãos está na sala, o outro chega e pega o controle, o que já estava na sala toma o controle da mão do segundo.
- Cara, vai começar o meu desenho.
- E daí, eu to assistindo.
- Mas eu assisto todo dia.
- Mas eu liguei primeiro.
Fala e vira para televisão como se o irmão nem estivesse ali. O que chegou por depois, levanta e sai da sala emburrado.

Os dois irmãos estão se pegando “na tapa”, numa daquelas brigas que ninguém sabe como ou porque começou e nem como vai acabar. Até que o pai chega com a credibilidade de um juiz de UFC e separa os dois. Fica cada um de um lado.
- Posso saber o que está acontecendo aqui?
- Foi ele.
- Não foi ele.
- Mas ele me bateu primeiro. Tinha que apanhar primeiro. – fala o que sempre é segundo.
- Não quero saber quem bateu primeiro ou bateu segundo, não quero ver vocês brigando de novo. Se eu pegar de novo vão apanhar igual.
- Isso não é justo.
- por que não é justo?
- Porque quando é pra sair de carro ou pra assistir televisão, se ele fala primeiro ou liga primeiro ele sempre ganha. Agora quando bate primeiro ele não apanha?
- Não.
- Por quê?
- Porque ele é mais novo que você, tem que servir de exemplo.
O pai fala daquele jeito que só quem tem filho sabe falar. Vira as costas e sai antes que aja mais algum protesto.

Moral da história: ter irmãos é aprender a perder mesmo quando não se está errado.

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Os dois irmãos estão sozinhos em casa.
- Sabia que morreu alguém aqui nessa casa.
- Er, nada a ver...
- Ah você não sabia.
- Para cara, você está falando isso só pra me assustar.
- Por que eu faria isso?
- Porque só ta nós dois aqui em casa, e você é um idiota.
- Ei.
O mais velho joga o chinelo na cozinha quando o mais novo se distrai.
- O que foi isso?
- O que foi isso o que?
- Esse barulho na cozinha.
- Eu não ouvi nada.
- Como não ouviu? Você ouviu sim, está falando isso só pra não admitir que está com medo.
- Não, to falando isso porque eu não ouvi mesmo.
Silencio. O irmão mais novo volta assistir televisão e se distrai. O mais velho joga o outro chinelo. Dessa vez acerta alguma coisa que faz um barulhão. O mais novo da um pulo no sofá.
- Que foi isso? Foi você.
- Como eu? Eu não sai daqui!
- Cara...
- Deve ter sido o espirito da mulher.
- Que mulher.
- A que morreu aqui.
- Você está falando sério.
- Sim, ela morreu lá no seu quarto.
- No meu quarto?
- Bem onde é a sua cama.
- Na minha cama não.
- Na sua cama, sim.
- Como?
- Como o que?
- Como ela morreu?
- Foi assassinada pelo marido.
- Ainda bem que eu não sou casado!
Silencio.
- Mas ele também matou o filho dele, que se não me engano tinha a sua idade, quantos anos você tem?
- Oito e meio.
- É, ele tinha oito, praticamente a sua idade.
- Você está falando isso só pra me assustar.
- Você quem sabe.
O irmão mais velho fala e vira pra TV o irmão mais novo fica olhando para a cozinha.
No meio da noite, o irmão mais novo está dormindo, o mais velho se aproxima lentamente da cama, puxa a coberta o irmão mais novo da um pulo.
- Aí meu Deus!
O mais velho toma um susto. O mais novo se encolhe.
- O que você está fazendo aqui cara? Veio me assustar mais né?
- Não, vim dormir com você, pra não deixar que nada te aconteça.
Ajeita o travesseiro e deita nos pés do irmão mais novo.
- Você veio pra cá porque estava com medo né!
- Hum, coitado, eu com medo. Eu não tenho medo de nada.
Cai uma tampa de panela na cozinha, ele chega mais perto irmão mais novo, que ri com a cabeça embaixo da coberta.

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- Cara pega o papel higiênico pra mim.
- Porra...
- Eu entrei apertado e não vi, pega pra mim por favor.
O irmão para de fazer o que está fazendo pra ir levar o papel higiênico.

- Ei... Oh...
- O que foi.
- Pega o sabonete pra mim.
- Quem vai tomar banho e não leva o sabonete.
- Entrei correndo e nem vi que não tinha sabonete.
- Se leva com o shampoo.
Silencio.
- Traz shampoo também!
- Porra!
Para de assistir e vai levar as coisas para o irmão.

- Ei!
Silencio.
- O véio.
Silencio. Finge que não ouviu.
- Cara...
- Que foi porra.
- Pega a toalha pra mim.
- Eu não acredito.
- O que? Eu preparei tudo e acabei esquecendo.
- Eu não vou levar.
- O que custa cara?
Silencio.
- Vai deixar eu nesse frio.
Silencio.
- Já pensou se eu pego uma pneumonia e morro... a mãe me mata, e te mata se descobrir que a culpa também foi sua.
Silencio. O irmão levanta bravo, pega a toalha e entrega.

- Cara se não vai acreditar.
- O que?
- Meu Deus eu to ferrado.
- O que...
- A mina que eu peguei... ta gravida.
- Oi?
- Gravida, barriguda, grá-vi-da!
- Meu Deus, você não usou camisinha?
- Eu esqueci!
- Ah vai se ferrar.
- Eu te liguei pra você me levar, você não atendeu o celular.
...