- To bem pra sair assim?
- Não.
- Aí Pedro.
- Só to falando a verdade.
- Mais precisa ser tão grosso.
- Não estou sendo grosso, to sendo sincero.
- Sincero... E essa será que fica melhor?
- Você quer que eu fale a verdade ou minta?
- Fale a verdade.
- Não ficou bom também.
- Nossa, olha o tipo.
- Você que falou pra eu dizer a verdade.
- Mais não essa.
- Como não essa? Existe outra? Essa é a verdade.
- Mais não desse jeito.
- E de que jeito você queria que eu dissesse?
- Sei lá mais não assim.
- Como então?
- Não importa se não ficou bom eu vou trocar.
...
- E agora?
- Tem certeza que quer que eu fale?
- Claro que quero.
- A verdade?
- A verdade!
- Ficou linda.
- Nossa como você é mentiroso.
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- Ah Carlo para de mentir.
- Porque você nunca acredita em mim?
- Porque você nunca fala a verdade?
- Eu to falando a verdade.
- Como eu posso acreditar que você ta falando a verdade agora, se todas as outras vezes eram mentira.
- Não era mentira.
- Ah Carlo.
- Não era, to falando.
- As outras pode até ser que não, mais agora é!
- Não é, porque eu mentiria sobre uma coisa dessas?
- Porque você falaria a verdade?
- Não tenho motivos pra mentir sobre isso.
- E desde quando precisa de motivo pra mentir?
- É isso é verdade.
- Viu eu falo a verdade, já você...
- Já eu também.
- Não tem como eu acreditar nisso, é um absurdo.
- Porque um absurdo? Só você pode fazer isso?
- Não é que só eu possa fazer isso, mais é que não sei se outras pessoas conseguiriam.
- Mais eu vi.
- Tem como provar?
- Ãhm?
- Tem como provar?
- Não acredita na minha palavra?
- Ah Carlo...
- Ah sim, só você consegue fazer isso, você é o rei, o rei de fazer isso...
- Eeee... Ficou bravo...
- Não fiquei bravo, apenas fico puto por você não acreditar em mim.
- Mais eu acredito.
- Não acredita.
- Acredito.
- Não acredita não.
- To falando que acredito.
- Mentiroso...
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- É pelo que deu no diagnostico o senhor sofre de uma doença...
- Aí doutor qual é o nome da doença?
- Mintomania.
- Minto... O que?
- Mintomania. Pessoas que mentem demais.
- Mentira.
- To falando a verdade, o mentiroso aqui é você.
- Não sou não, nunca menti na minha vida.
- Olha aí os efeitos.
- O que to falando a verdade.
- Eu sei que é dificil de aceitar, mas você tem que ser forte.
- Eu sou forte, uma vez ergui um carro...
- É os sintomas estão se agravando mais.
- Qual é o tratamento doutor.
- Falar a verdade.
- Quantas vezes por dia?
- Vai ter que fazer o tratamento intensivo, falar a verdade o dia inteiro.
- Eu não vou conseguir doutor.
- Vai sim, eu acredito em você.
- Acredita?
- Não.
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- Olha nos meus olhos e diz a verdade.
- Precisa mesmo disso?
- Se quiser que eu volte a acreditar em você, sim.
- Não precisa disso eu to falando sério.
- Então olha nos meus olhos.
- Pra que tudo isso.
- Olha. Nos. Meus. Olhos...
- Ta bom.
- Agora diz.
- Você não está gorda...
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- Você jura?
- Juro.
- Jura pelo seu carro?
- Pelo carro Betinha...
- Jura pelo carro?
- Juro, juro...
- Jura mesmo.
- Juro.
- Jura pelo corinthians?
- Ah não coloca o corinthians na história.
- Jura pelo corinthians ou não?
- O corinthians?
- Jerê...
- Juro pelo corinthians. Satisfeita?
- Mais ou menos.
- Mais ou menos?
- Jura pela morte da sua mãe?
- Pela morte da mãe não, Roberta.
- Viu como era mentira...
- Roberta você vai querer colocar a mãe no meio.
- Só assim pra descobrir a verdade...
- Mais já jurei pelo meu carro, pelo corinthians, agora quer que eu jure pela morte da minha mãe.
- Jura pela morte da sua mãe ou não?
- Não pode ser pela morte da sua?
- Sabia que era mentira...
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- Ah, mais foi uma mentira saudável.
- O que?
- Uma mentirinha saudável...
- Como assim mentira saudável?
- Uma mentira que não vai prejudicar ninguém.
- Só porque não vai prejudicar ninguém, é saudável agora?
- Não é agora, sempre teve esse nome.
- Não existe esse negócio de mentira saudável. Mentira é mentira.
- Sim mais tem vezes que nós mentimos pra não machucar o próximo.
- Que próximo.
- Sei lá as pessoas que gostamos.
- Você já contou uma mentira saudável pra mim?
- Claro que sim.
- Qual foi?
- Qual foi o que?
- A mentira saudável.
- Não lembro, foram tantas...
- Ah quer dizer que você sempre faz isso.
- Não.
- Não?
- Não, só quando é preciso.
- E com qual freqüência é preciso?
- A não sei te dizer amor.
- Como não sabe dizer? Dá um exemplo.
- Um exemplo? Um exemplo?
- É.
- Pra evitar alguma briga.
- Que tipo de briga?
- Briga besta (como essa)...
- O que?
- Nada.
- Isso foi uma mentira saudável?
- Saudável pra mim.
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- E se fosse proibido mentir?
- O que?
- Imagine se fosse proibido mentir.
- Do que você ta falando? Fica de olho aí...
- To olhando... Só tava pensando, imagine que ruim se não existisse a mentira.
- Ué que diferença faria?
- Que diferença faria?
- Olha pra tela.
- To olhando... Que diferença faria?
- É.
- O que você diria pra sua mulher pra poder passar no bar?
- A verdade.
- Até parece.
- Sim, a verdade.
- O que diria para o chefe quando chegasse atrasado?
- Olha teu lado aí...
- O que?
- Falei olha teu lado aí...
- To olhando... Mais o que diria para o chefe?
- A verdade.
- Para de mentir...
- Diria a verdade sim, sempre digo...
- Aham, sempre diz.
- Sempre digo sim... E para de conversar, vamos prestar atenção no serviço.
- A verdade...
...
- Diria a verdade, para sempre?
- Sim, se fosse proibido mentir teria outra opção?
- É, pior que não.
- Então. Agora olha teu lado aí.
... E se a sua mulher pegasse você com outra na cama o que você diria?
- A verd... Se ela me pegasse com outra na cama?
- É.
- E não pudesse mentir?
- É.
- Não mais isso nunca vai acontecer.
- Não.
...
- Mais e se acontecesse com você. Se a sua mulher te pegasse com outra na cama e fosse impossível mentir, o que você diria?
- Diria a verdade.
- Que verdade?
- Que a sua mulher estava passando mal e que eu estava tentando ajudá-la.
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