segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Uma informação


- Amor não quer pedir informação?
- Não preciso eu sei onde eu to. Só peguei um caminho mais longo pra passarmos mais tempo juntos amorzinho...
- Se queria isso não precisava se perder.
- Patrícia eu não to perdido.
- Como não? Nem o GPS sabe onde estamos.
- Eu falei pra você que esse GPS tava com problema.
- Ele não tava até você dar um murro nele.
- Dei um murro pra ele se espertar!
- É mais você matou ele.
- Patrícia é só um GPS.
- Era... só um GPS!
Silencio dentro do carro.
- Vai ficar emburrada porque eu quebrei o GPS?
Silencio.
- Desculpa amor, mais já tava cansado de ouvir ela me dando ordens, dizendo o que fazer ou deixar de fazer. Vire aqui, entre ali, coloque o cinto. Já tava me segurando a algum tempo!
- Para o carro que eu quero descer!
- Oi?
- Para o carro agora...
- O que você ta falando amor?
- Para o carro se não eu vou começar a fazer um escândalo.
- Porque isso agora? – Parando o carro.
- Porque se com a coitada que só queria te ajudar você deu soco dizendo que ela queria mandar em você imagina o que não vai fazer comigo. – Disse e foi embora.

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- Opa amigão!
- Oi!
- Então é que eu to meio perdido.
- Sei.
- Como assim você sabe?
- Ué porque você acabou de falar.
- Ah!
SILENCIO
- Como eu tava falando. – retomando o assunto. – Eu to perdido. Sabe me informar onde fica a Rua Indonésia.
- Poh a Rua Indonésia.
- É!
- Acho que não tem nenhuma Rua Indonésia por aqui.
- Como não, me disseram que era por aqui...
- Não sei, se fosse por aqui eu com certeza conheceria. Quem falou que era por aqui?
- O ultimo cara que eu pedi informação lá atrás!
- Como era esse cara?
- Como assim, como ele era? Isso importa?
- Você quer saber onde fica a Rua Indonésia ou não?
- Sim!
- Então como ele era?
- Era um senhor, mais ou menos da tua idade, e parecia boa gente!
- Então ele era novo, e parecia boa gente.
- Não disse que ele era novo, disse que tinha mais ou menos a sua idade.
- Que seja. Ele te explicou como chegava a tal rua que você ta procurando?
- Rua Indonésia. E sim explicou. Disse que era só ir reto toda vida!
- E você acreditou?
- Ué porque não acreditaria, acabei de falar que ele parecia boa pessoa.
- É isso que ele quer que outros pensem.
- Do que você está falan... Quer saber, deixe. Muito obrigado pela ajuda. – Já dando a partida pra sair.
- Peraí pra onde você vai se não sabe onde é a Rua Indonésia? Não quer saber onde é?
- Você não disse que não é por aqui?
- E não é!
- Então?
- Então que eu posso estar enganado.
- Como assim pode estar enganado?
- Posso estar enganado por que eu não sou da região!
- Você não é daqui?
- Não!
- Porque não me falou desde o começo?
- Sei lá achei que poderia ajudar!
- Como achou que poderia ajudar, nem conhece aqui.
- Claro que conheço!
- Não disse que não era da região.
- E não sou, mais já estou perdido aqui a tanto tempo que conheço algumas ruas!

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- Aí amor não precisava. – abrindo o presente. – Nem é nada hoje, nenhuma data festiva. Você andou aprontando alguma Adalberto?
- Não!
- Adalberto?
- Poh que desconfiança...
- Nunca se sabe. – disse já rasgando o papel de presente sem a calma que normalmente tinha. – Espera aí o que é isso?
- Um GPS.
- O que você ta querendo dizer com isso Adalberto?
- Nada!
- Como assim nada Adalberto, você me da um GPS de presente de não sei o que, e ainda vem dizer nada?
- Nossa só queria te agradar Luiza!
SILENCIO
- Você tava querendo dizer que eu sou perdida Adalberto?
- Não tem nada a ver amor...
- Diz aí, eu não vou ficar brava...
- Não...
- Fala...
- Ta bom foi por isso!
- Ahá! – gritou fazendo-o pular da cadeira. – Então realmente você estava me dando uma indireta!
- Não foi bem uma indireta...
- Foi uma direta mesmo né.
- Só acho que vai te ajudar.
- Quer dizer que agora então você acha que é uma doença, ser meio perdida é uma doença é isso?
- Não foi isso que eu quis dizer...
- Agora porque eu me perdi umas 5, 9 vezes, eu tenho que ser julgada.
- Eu não to te julgando, e foram muito mais de 9!
- Tudo bem eu me perdi algumas vezes, mais não quer dizer que eu precise de um troço deste... Eu só faço confusão quando são ruas muito parecidas.
- Então é nessa hora que ele vai te ajudar.
- Ainda por cima é um homem narrando? Eu não acredito. Não ACREDITO!
- O que?
- Pega esse negócio e suma da minha frente. E cuidado pra não se perder!
- Pode deixar que eu não vou me perder, além de não ser você que vai estar dirigindo, vou estar com um GPS!

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- Prepare-se para virar a esquerda em 100 metros. – disse uma voz toda sedutora saindo de um GPS.
- Ué resolveu conversar agora então.
- Prepare-se para virar a esquerda a 50 metros.
- Só fala pra dar ordem né!
- Vire a esquerda!
- Quer saber, cansei disso, não vou virar.
- Recalculando a rota!
- Quem disse que eu quero ir pro mesmo lugar.
- Rota recalculada, vire a direito no retorno a 500 metros.
- Eu não vou virar, cansei de ir onde você manda.
- Prepare-se para virar esquerda a 400 metros...
- Chegou a hora de você começar a me respeitar e aceitar minhas decisões.
- Prepare-se para virar esquerda a 300 metros...
- Não vou me preparar, até porque eu não vou virar. Chega. Eu sei pra onde eu vou, não preciso de você, só fala quando quer...
- Prepare-se para virar esquerda a 200 metros...
- Não adianta fazer essa voz, não vou virar...
- Prepare-se para virar esquerda a 100 metros...
- Sinto muito, mais espero que respeite a minha decisão.
- Prepare-se para virar esquerda a 50 metros...
- Não vou virar.
- Vire a esquerda!
SILENCIO
- De volta a rota de inicio. Siga reto e prepare-se para virar a direita a 800 metros!
- Eu só virei pra evitar discussão, não quero isso. Sei que as vezes parece que eu só estou te usando, mas é que quando escuto sua voz nos outros carros fico com ciúmes. Você me perdoa?
- Prepare-se para virar a direita a 500 metros!
- Uí vai me ignorar então, eu só te ameacei brincando, era brincadeira...

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Homem parado no meio da estrada pedindo carona, de repente alguém para.
- Opa valeu por ter parado amigão.
- Nada.
- Será que rola uma carona?
- Sim sim, entra aí!
- Mas pra onde você ta indo.
- Pra lá!
- Putz, eu to indo pra lá.
- Hum que pena!
- Será que não rola você ir pra lá?
- Oi?
- Não tem como me deixar lá?
- Mas eu acabei de vir de lá!
- Você não esqueceu nada lá? Carteira, alguma coisa pra entregar.
- Não!
- Tem certeza? Tenta puxar pela memória!
- Já falei que não, eu preciso ir, vai comigo?
- Você vai voltar?
- Não vou seguir...
- Então será que se eu não colocasse o dinheiro da gasolina não rolava você me levar lá?
- Oi?
- Se eu colocasse combustível você não dava uma carona pro outro lado?
- Você ta me achando com cara de táxi?
- Pera aí eu disse que ia colocar gasolina não que ia pagar a viagem, se fosse assim teria ido de ônibus.
- Você é muito desaforado, parei aqui na maior humildade pra ver se não estava precisando de uma carona...
- Mas eu to precisando!
- Então entra aí e vamos de uma vez! – já ligando o carro.
- Beleza obrigado. – disse já dentro do carro – muito legal da sua parte voltar tudo isso só pra me deixar lá!
- Mais eu não vou voltar! – desligando o carro.
- Não falou que ia me dar a carona.
- Desce do meu carro.
- Qual é o problema de voltar 15 Km?
- Sai do meu carro, seu lunático!
- Poh eu coloco a gasoli... – foi interrompido pelo som do pneu cantando, deixando-o comendo poeira.
- Nossa que mal educado. Isso que eu nem reclamei de estar entrando num carro velho. Falta de consideração! 

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