segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Academia


Hoje em dia está na moda ir para academia em casal. O que é um erro, já que lá está uma concentração de mulheres que o homem casado trairia sua mulher, e os homens com quem a mulheres sonham que seus maridos fossem.
Deveriam fazer uma academia só com casados. Terminou um relacionamento é dispensado da academia.
- um... dois... três... Faz tempo que eu não vejo a Paula e o Beto... oito... nove... dez... será que eles desistiram? – termina e reveza com a esposa.
- Não. Eles terminaram. Um... dois... três...
- Mentira.
- Sim. Sete... oito... nove...
- Mas e só por isso pararam?
- onze... doze... É. Não podiam continuar. Esqueceu que aqui é só para casados?
- Mas Ela podia fazer com a gente.
- Nivaldo, você está querendo revezar em três?


- O que você estava olhando para a bunda dela.
- Não estava olhando para bunda dela, tava vendo a postura dela.
- Então agora você é personal trainer e eu não sabia.
- Amor, eu queria saber qual é o exercício.
- Pera aí você queria saber qual é o exercício ou a postura?
- Oi?
- Me poupe né Eduardo.
- O quê?
- Você acha que uma mulher daquela, iria querer algo com alguém como você.
- Ué, porque não.
- Você é um banana. Olha quanto homem forte tem por aqui. Por que ela se interessaria justo por você?
- Justamente por isso. Porque aqui todo mundo é igual. E eu sou diferente. Me destaco na multidão.
- Não você não se destaca. O que se destaca é a sua barriga.

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Na academia tem dois tipos:
Os que se preocupam em erguer muito peso.
- Eu já ergui 50 kg só com a mão direita.
- Eu ergo isso com o mindinho.
- Eu só ergo isso com o pênis.
- Eu erguia com a língua, mas agora que você disse que ergue com o pênis eu não vou erguer mais.


E os que não estão nem ai.
- Ta muito pesado.
- No começo é assim mesmo.
- Tem certeza? Não parece normal.
- Sim.
- Mas eu não to conseguindo.
- Força.
- Tem como diminuir um pouco?
- Você está fazendo só com a barra.
Silencio.
- Tem uma barra mais leve?
- Mais leve?
- É, uma outra barra?
- Que outra barra?
- Sei lá, barra de chocolate.
- Por favor, volta a fazer seu exercício.

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Já ouvi depoimentos de pessoas que disseram que eram viciadas em academia. Ta ai um vicio que eu nunca vou ter.

- Estamos aqui reunidos hoje, no VEAA: Viciados Em Academia Anônimos. Quem quer falar primeiro.
No meio um homem, forte, ergue o braço.
- Que bíceps – é o comentário de geral.
- Meu nome é Jonas.
- Oi Jonas. – falam todos em uníssono.
- Hoje faz dois dias que eu não vou a academia. Eu sou um viciado em academia. Gosto de erguer peso olhando para o espelho. Cumprimentar gente que eu não conheço fazendo cara de mal e de revezar. Estou sofrendo muito. Não é fácil ser fracote.
- No começo é assim mesmo.
- Mas estou me esforçando. Como se tivesse fazendo um supino reto com um peso que nunca levantei. Esforçando-me muito. Hoje por exemplo, fiquei em casa comendo besteira e assistindo televisão.
- Muito bem.
- Alguns momentos fui coçar meu pé, então comecei a fazer abdominal.
- Não! – falam todos desanimados.
- Sorte que minha mãe estava em casa então jogou um pedaço de bolo de chocolate na minha cara.
- Ufa! – Como se tivesse passado uma bola quase entrando no ângulo do nosso goleiro.
- Por muitas vezes me pego pensando eu correndo na esteira, ao som de uma musica pop no ultimo volume e me da vontade de chorar. Mas eu sou forte. E vou aguentar. Pra não ser mais.
- Muito bem Jonas. Pode contar com a gente.
- Três séries de doze? – pergunta um dos fortões, lá do meio.

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Você sabe que está fora de forma, quando vai fazer a matricula na academia, e quem te atende pede pra tirar uma foto pra usar no antes e depois.

- Tudo bem.
- Opa, tudo bem, demorou mais veio hein.
- Oi?
- Era pra ter vindo a muito tempo.
- Pois é, mas é que eu estava fazendo umas outras coisas.
- Mas a academia é prioridade.
- Foi o que a minha mulher falou.
- Então você trabalha com a sua mulher.
- Não. ela só queria que eu viesse de uma vez.
- Eu também.
- Então, finalmente eu vim.
- Ta, pode me seguir.
O homem sai de trás do balcão.
- Mas é assim?
- Não sei, você precisa de alguma coisa.
- Não tenho que fazer uma matricula?
- Tem?
- Tem?
Silencio.
- Faz primeiro, depois mexo na papelada.
- Então ta bom.
Os dois vão caminhando entre os aparelhos e as pessoas malhando. O homem forte na frente.
- Mas eu posso fazer vestido assim.
- Olha acho que não está vestido adequadamente. Mas não sou eu que vai dizer isso.
- Quem é então?
- Teu chefe.
- Meu chefe? Mas eu não tenho chefe. Sou autônomo.
- Então você que sabe.
Chegam até uma porta. O instrutor, bombado, abre. É um banheiro, ao abrir a porta libera um cheiro mais forte que o mais forte da academia.
- Que nojo!
- Você demorou a situação agravou.
- Eu demorei?
- Sim, já estou ligando pra virem arrumar, faz mais de um mês.
- E eles não mandaram ninguém?
- É, se você não viesse arrumar hoje, ia cancelar e ligar para outro.
- Arrumar?
- É, entupiu.
- Mas eu não sei mexer com isso.
- Como assim? Demoraram tanto pra enviar alguém e mandam alguém que não sabe? isso é um descaso.
- Pera aí, deve estar havendo um mal entendido.
- Deve mesmo. Pedi um encanador mandaram alguém que não sabe mexer e que tem nojinho.
- Desculpa não poder ajudar.
O fortão fecha o banheiro.
- Eu vou ligar hoje mesmo na empresa. Isso é uma palhaçada. Acham que estão lidando com quem?
Atravessam toda academia de volta para o balcão.
- Você tem toda razão. Tem que ligar mesmo. É de direito.
O instrutor fica parado atrás do balcão. O homem de frente para ele. Os dois ficam olhando-se.
- O que você quer aqui ainda? Pode ir embora.
- Queria fazer academia.
- Quer fazer academia?
- É, vim, minha mulher disse que se eu não voltasse com a matricula feita e suando, ela ia me deixar.

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