quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Não to dormindo

- Ei vai dormir na cama.

- Mais eu não to dormindo.

- Ta sim.

- Não to, to assistindo o filme.

- Mais o filme já acabou?

- Já! Não acredito tava aqui pensando com os olhos fechados e perdi o final.

- Para de mentir você tava dormindo.

- Não tava, tava pensando no que tenho que fazer amanhã.

- Sonhando com o que tem que fazer amanhã.

- Para de dizer que eu tava dormindo.

- Mais você tava.

- Como que alguém vai dormir no fim de um filme tão bom?

- Da mesma forma que dorme sempre.

- Mais não é que eu durma, é que eu fecho os olhos pra planejar o dia de amanhã e o filme acaba.

- Poh mais que dia cheio hein, ficou com os olhos fechados da metade do filme até o fim dele.

- É que eu to com o dia cheio amanhã.

- E você costuma roncar quando está se planejando.

- Para de querer dizer que eu tava dormindo.

- Mais você tava, e é sempre assim, você dorme no final do filme, daí loca o filme pra assistir o final, dorme de novo, atrasa a devolução porque tem que assistir pelo menos mais 3 vezes pra conseguir ver o final...

- Foi só uma vez e eu não assisti tantas vezes o final porque eu dormia mais sim porque tinha finais alternativos.

- Ah sim alternativos. Cada vez que você assistia sonhava com um final diferente.

- Nada a ver.

- É sim, admita que você estava dormindo.

- Mas eu não estava.

- Ta bom eu não vou discutir com você, Cláudio, se quer ficar dormindo nesse sofá duro o problema é seu só não me venha reclamar de dor nas costas amanhã porque eu não vou fazer massagem pra ninguém... Cláudio você estava dormindo de novo.

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- Amor vem dormir aqui comigo.

- Vem você aqui pro sofá.

- O que?

- Vem aqui você pro sofá, está tão quentinho, daí se eu vou aí pra cama tenho que começar tudo de novo.

- Começar tudo de novo o que?

- A me esquentar.

- Mais venha pra cá que eu te esquento.

- Venha você pra cá que já está quente.

- Eu não vou ir aí no sofá, não vou sair da minha cama quente e confortável pra ir até aí.

- E eu também não vou sair do meu sofá quentinho pra ir até aí.

- Então fica aí mal agradecido.

De madrugada...

- Amor da um espaçinho pra mim.

- O que que você quer?

- Chega pertinho de mim pra esquentar.

- A agora você quer, o que aconteceu com o “seu” sofá.

- Não sei quando peguei no sono estava tão quentinho e agora acordei com um frio.

- Daí vem querer me procurar, vai ficar com ele.

- Mais amor eu tava lá só até pegar no sono.

- Pois então agora fique lá até pegar uma gripe.

- Que isso Ana.

- Que isso digo eu, quando eu queria te esquentar você preferiu ficar naquela concha.

- Não precisa ofender também.

- Sai da cama, vai pro sofá.

- Deixa eu pelo menos levar uma coberta.

- A você estava sem coberta e mesmo assim preferiu ficar lá? O que que ele tinha que eu não?

- Não tinha coberta eu só tava assistindo e tentando esperar o sono vir.

- Eu tinha o sono aqui comigo.

- Ah amor!

- Ah amor uma ova.

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- Você não sabe com o que que eu sonhei!

- Com o que menina.

- Sonhei que estava numa praia...

- Qual praia?

- Não sei uma praia linda, deserta...

- Ih, deserta?

- É deserta porque?

- Não é bom. Mais continua.

- Estava um sol lindo, quando avistei de longe um bombeiro, lindo, sarado...

- Um bombeiro?

- É um bombeiro...

- Bombeiro não é boa coisa...

- É porque você não viu que bombeiro era... Olhos claros, alto, forte...

- Olhos claros?

- Sim, 1,90cm, barriguinha tanquinho.

- Olhos claros não é nada bom. Mais o que vocês fizeram daí.

- Ele veio em minha direção e me ofereceu uma respiração boca-boca.

- Ué você não tava na areia?

- Sim, mais você sabe como é sonho. Então como ouvi falar que se acontece alguma coisa no sonho, acaba acontecendo na vida real eu deixei.

- Deixou?

- E como, fez boca-boca, massagem cardíaca...

- Isso não é bom.

- O que, não é bom? Foi uma das melhores coisas que eu já senti.

- Mais esses sinais.

- Que sinais, foi apenas um sonho, infelizmente.

- Ah menina se cuida.

- Por quê?

- Praia deserta, bombeiro, massagem cardíaca. Vai fazer um check-up...

- Vou é procurar por praias desertas na internet, vai que esse sonho se torna realidade.

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- Cleverson, Cleverson... Acorda, acorda...

- O que?

- Você tava roncando.

- Não tava.

- Tava sim.

- Mais eu não ouvi nada.

- Claro você tava dormindo.

- Mais como roncando?

- Alto, muito alto, alto a ponto de eu ter que te acordar.

- Mais eu nunca ronquei.

- Como?

- Eu não ronco.

- Não mesmo, você não ronca...

- Viu.

- Você entra em erupção.

- Aí que exagero.

- Exagero porque não é você que ta do lado do terremoto.

- Ué nunca reclamaram do meu ronco.

- Mais só eu durmo com você.

- Então ta empatado 1 a 1.

- Como empatado, você ronca e pronto.

- Você não tem como provar.

- Não? Ta bom então eu vou filmar e te mostrar.

- Quero ver.

- Vou colocar na internet.

- O que?

- Ué não quer ver.

- Perai, isso é uma discussão nossa.

- Não disse que ninguém nunca reclamou.

- Mais amor, não precisa me expor tanto.

- Ta com medinho?

- Não quero virar sensação na internet.

- Então para de roncar.

- Como?

- Não sei se vira se não vou contar pra todo mundo, imagine o que todo mundo vai dizer.

- Ta bom eu vou parar...

- Quero só ver.

No outro dia...

- Amor, eu quero divórcio.

- Ué porque?

- Não quero você colocando vídeo meu roncando, na internet.

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Durante a noite de um casal dormindo, a mulher rola na cama e derrepente o choque.

- Aí Samuel.

- O que?

- Nossa Samuel.

- Quem é esse tal de Samuel?

- Ahm.

- Acorda. Quem é Samuel?

- Eu que vou saber tava dormindo aqui.

- Não se faça...

- Que se faça? Tava dormindo você sabe disso.

- Sim eu sei. Mais quem é Samuel?

- Que mané, Manuel, volta a dormir, amanhã pulamos cedo.

- 1 hora depois...

- Manuel, Manuel...

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- Conta uma estória pra eu dormir?

- Ahm?

- Conta uma estória.

- Que estória?

- Sei la, você escolhe. Só até eu pegar no sono.

- Ah então você está insinuando que minhas estórias dão sono?

- O que?

- Falando pra eu contar uma estória pra te ajudar a pegar no sono...

- Nada a ver.

- Tudo a ver.

- Não precisa falar nada, queria te ouvir... Agora não quero mais, boa noite.

- Aí amor tava brincando.

- Você e essas suas brincadeiras, só queria uma estória e acabei arrumando uma confusão.

- Não arrumou nada. Deita aí que eu vou contar uma estória.

- Ta bom.

- Só não vai dormir no meio da estória como você sempre faz.

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Os dois deitados na mesma cama, um na cabeceira e o outro nos pés...

- Porque eu tenho que ficar nos pés?

- Porque você é mais novo.

- E o que que tem? A cama é minha.

- E daí? A cama é sua mais eu sou mais velho. E qual é o problema de dormir nos pés?

- Não gosto.

- Ninguém gosta.

- Tem gente que gosta.

- Quem gosta?

- Sei lá mais alguém deve gostar pra ter tido essa idéia.

- É se for pensar por esse lado.

- Tira o pé da minha cara.

- Não to com o pé na sua cara.

- Claro que ta, uí que nojo...

- Tira o seu da minha...

- Mais não é o meu.

- Como não é?

- Meu pé não alcança sua cara, eu sei eu tentei...

- O que? Mais de quem é então?

- Não sei, só que não é o meu.

- Ah não tem mais alguém entre nós. Acende a luz lá.

- Não, acende você.

- Porque eu?

- Você é o mais velho.

- E o que que tem?

- Que tem que o mais velho é o mais corajoso.

- Negativo. Aí caramba bateu com o pé de novo na minha cara.

- Ih, quer trocar de lugar pra ver se para?

- Será que adianta?

- Quer tentar?

- Mais e se não adiantar?

- Daí eu ligo a luz.

- Beleza no 3 nós trocamos.

- 1, 2, 3...

- Aí bem melhor.

- Só troquei porque você tava com medo.

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- Nossa você se mexe bastante quando ta dormindo hein.

- Sério nunca percebi.

- Vai ver é porque você está sempre dormindo.

- É pode ser.

- Olha vamos ter que comprar uma cama maior ou dormir em camas separadas.

- Que exagero.

- Exagero? Noite passada você me deu uma joelhada na costela, uma pesada na cara e um mata leão.

- Sério?

- Claro. Achou que esse olho roxo era do que? Que eu tinha caído da escada?

- Pode ser.

- Como pode ser, nem temos escada.

- Ah é...

- É, e não sei se vou sair viva de mais uma noite dormindo na mesma cama que você.

- Olha eu não faço por querer.

- Eu sei que não faz por querer, mais o que não da é pra continuar apanhando assim.

- Verdade. Vamos resolver esse problema.

- Relaxa que eu já sei como resolver.

- Ah já sabe que bom! Como?

- Toma.

- O que é isso?

- Abre.

... Nossa um pijama novo. Que estranho esse pijama.

- Não é bem um pijama é uma camisa de força.

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- Antes de dormirmos juntos eu quero te falar uma coisa.

- O que?

- Eu sou sonâmbulo.

- Serio?

- Seriíssimo.

- Ah mais não tem problema.

- É.

- É o que?

- É que quando eu tenho ataques de sonambulismo eu sapateio.

- Faz o que?

- Faço sapateado.

- Como você sabe.

- Algumas pessoas viram e me contaram.

- Nossa.

- E não para por aí.

- Não?

- Não. Eu também canto.

- Canta?

- Canto.

- Canta o que?

- Samba.

- Samba?

- Sim.

- Você sapateia e canta samba.

- Isso.

- Que loucura. E isso acontece sempre?

- Não, só quando tem platéia!

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