Pós réveillon
- e ai, fez o que de bom na virada?
- dormi e você?
- dormiu?
- sim!, e você?
- mas como assim dormiu?
- do mesmo jeito de sempre, deitei, assisti um pouco de TV e dormi.
- mas no réveillon?
- e ai, fez o que de bom na virada?
- dormi e você?
- dormiu?
- sim!, e você?
- mas como assim dormiu?
- do mesmo jeito de sempre, deitei, assisti um pouco de TV e dormi.
- mas no réveillon?
- não.
- ah, bom...
- um pouquinho
antes. Tava passando um filme, acho que era umas onze e pouco.
- não acredito que
você dormiu.
- meu Deus, por que
tanto espanto?
- como assim por
quê, porque é virada, um novo ano, réveillon.
- e?
- e que não pode.
- não?
- não!
- mas por que não?
- porque não pode. Da azar. Receber o ano novo o ano novo dormindo.
- e?
- e que não pode.
- não?
- não!
- mas por que não?
- porque não pode. Da azar. Receber o ano novo o ano novo dormindo.
- não to entendendo
o mal de fazer isso.
- é isso que você
quer?
- isso que eu quero
o quê?
- pra 2014.
- isso o quê?
- isso cara...
isso. Prepara seu ano.
- preparar por quê?
- não vai ser um
ano bom, não pode ser, entrar dormindo não pode ser bom.
- onde você passou?
- na praia vendo os
fogos.
- você pegou
transito indo?
- sim.
- e a casa onde
você estava, tava lotada?
- sim.
- a praia cheia,
muvuca, um monte de gente que você nunca viu.
- sim...
- e você pegou
transito voltando?
- sim.
- olha, então acho
que o seu ano começou muito pior, o meu eu acordei bem descansado, tomei um bom
café e só tem acontecido coisas boas.
Fala e sai.
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10 minutos depois
da meia noite
- e ai, ta sentindo?
- não.
- vamos esperar mais um pouco.
Mais 10 minutos.
- nada?
- nada.
- e ai, ta sentindo?
- não.
- vamos esperar mais um pouco.
Mais 10 minutos.
- nada?
- nada.
Silencio.
30 minutos depois.
Um olha para o
outro, ambos balançam a cabeça negativamente.
- é, acho 2014 vai
continuar igual 2013.
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10 minutos depois da virada
- nossa, já sinto tudo diferente.
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10 minutos depois da virada
- nossa, já sinto tudo diferente.
- tudo o quê?
- tudo, o novo ano novo, a vida nova, novos ares.
- eu não to vendo diferença nenhuma.
- impossível, respira.
Da uma fungada.
- nada.
- seu relógio biológico deve estar atrasado.
- não, é a mesma coisa amor. Como se fosse um dia normal só que com fogos, roupa branca e champanhe.
- tudo, o novo ano novo, a vida nova, novos ares.
- eu não to vendo diferença nenhuma.
- impossível, respira.
Da uma fungada.
- nada.
- seu relógio biológico deve estar atrasado.
- não, é a mesma coisa amor. Como se fosse um dia normal só que com fogos, roupa branca e champanhe.
- por que você faz
isso Ronaldo?
- isso o quê?
- isso de estragar
com tudo.
- meu Deus, o que é
que eu estou estragando.
- meu ano, mais um
ano. Você consegue.
- o que eu to
fazendo?
- estragando o meu
ano, alias, já estragou. Já era, fazem dez minutos que começou o ano e você já
conseguiu. Muito obrigado.
- minha nossa, eu
só falei isso porque pra mim continua a mesma coisa.
- lógico você não
muda. Não muda tua atitude. Ai tudo continua a mesma coisa mesmo.
Silencio.
- acho que estou
sentindo.
- nem vem porque
agora só vai dar pra sentir ano que vem. Esse ano já era.
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SIMPATIAS DE ANO
NOVO
Maria - pulei as 7
ondas, comi as 12 uvas, um prato de lentilha, coloquei as duas folhas de louro
na carteira e um punhado de arroz no bolso.
Claudia - pulei as
12 ondas, comi as 7 uvas, comi um prato de arroz, coloquei a folha de louro na
carteira e o punhado de lentilha no bolso.
Elmira - já pulei
as duas ondas, comi um punhado de lentilhas, coloquei sete uvas na carteira,
duas folhas de louro no bolso e joguei fora doze punhados de arroz.
Mirtes - já pulei
as sete uvas, comi duas ondas, coloquei um punhado de arroz na carteira, comi
um prato de louro (engasgando) e coloquei lentilha no bolso.
Ana - pulei as sete
folhas de louro, comi os doze pratos de arroz, coloquei as duas lentilhas na
carteira e um punhado de louro no bolso.
Claudete - pulei as
doze folhas de louro, comi os doze pratos de lentilha, coloquei as duas ondas
na carteira, as sete uvas num bolso e o droga esqueci o punhado de arroz no
fogo.
Hahahaha, muito bom.
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