quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Nessa data querida

Casa toda apagada, a mulher está “bruxa” pensando que o marido esqueceu o dia do aniversário, quando ela entra em casa, a surpresa!

- Surpresa... Parabéns pra você, nessa data querida...

- Pode parar com essa palhaçada, para, para!

- O que amor? É teu aniversário, festa surpresa!

- Eu sei que é meu aniversário, pelo jeito quem não sabia era você.

- Sabia por isso fiz essa festa surpresa...

- Boa desculpa. Salgadinho, brigadeiro, balão de festa, acha que pode me comprar?

- Como assim te comprar?

- Me comprar sim, eu já vi isso nos filmes, esquecem o aniversário daí disfarçam fazendo festa surpresa.

- Não estamos disfarçando, estava combinando isso a muito tempo, hein pessoal.

- Todos concordam!

- Eles até tudo bem esquecer, mais você Lucio Flavio, você? Você é meu marido, dorme comigo, eu te agüento toda noite roncando, e você esquece o dia do meu aniversário.

- Mais amor eu não esqueci, quis fazer uma surpresa então combinei com todo mundo.

- Todos concordam, de novo.

- Aham sei vou fingir que acredito.

- Foi tudo intencional. Vamos cantar parabéns... Parabéns pra você, nessa data querida, muitas felicidades...

- Para com essa musica chata, só fica a mesma coisa, eu não quero os parabéns, nem os presentes de vocês.

- Mais amor.

- Mais amor é uma ova, acham que eu sou palhaça?

- Todos discordam!

- Não amor, queria te surpreender.

- E conseguiu, nunca pensei que você faria isso comigo, esquecer meu aniversario e fingir que fez uma festa surpresa.

- Mais é de verdade. Apaga a luz, vamos cantar parabéns de novo. Parabéns pra você, nessa data querida...

- Liga essa luz agora ou eu vou embora.

- Todos discordam de novo.

- Alias quem são essas pessoas?

- São seus amigos.

- Meus amigos? Eu não conheço ninguém que está aqui.

- Não fala assim amor.

- É, não fala assim.

- Quem são eles, Roberto?

- Vem no pacote.

- Que pacote?

- O pacote, festa surpresa pronta.

- Então tira eles daqui agora.

- Eles não podem sair enquanto não cantarem, parabéns pra você... Com o pique, pique, etc.

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- Alo, só to ligando pra desejar parabéns hein.

- Mais não é meu aniversário hoje.

- Como não?

- Não, não é!

- Claro que é.

- Não é!

- Como não, ta na minha agenda aqui. É hoje eu tenho certeza.

- Não é, quer saber mais do que eu?

- Não é que eu queira saber mais do que você, mas se eu to falando que é hoje é hoje!

- Não é, meu aniversário é amanhã.

- Não é amanhã é hoje, ta aqui, 21/12.

- Não, é 22/12 eu sou de capricórnio.

- Claro que não, você é de sagitário, quase foi de capricórnio, mais é de sagitário, por isso nos damos tão bem.

- Eu faço dia 22/12, sou de capricórnio, e não me dou tão bem assim com você.

- Como não? Claro que se da, você gosta pra caramba de mim, todos os sagitarianos gostam.

- Vai ver é por isso que eu não gosto, é por que eu sou capricórniano.

- Não é não, chama sua mãe pra mim.

- Minha mãe já morreu, você ta de brincadeira?

- Claro que não, sua mãe ta vivinha, tive com ela esses dias, outra que me dou bem ela é de libra né!

- Ela já morreu, e era de aquário.

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- Ah ta ficando mais velho hein.

- É.

- Daqui um tempo vai casar...

- Pois é.

- Vai ter filhos.

- É a vida.

- Comprar uma casa própria.

- É o curso natural né.

- Crescer no emprego.

- Deus te ouça.

- Sair com a família nos finais de semana.

- Coisa boa.

- Reunir todo mundo no fim do ano...

- É legal.

- Ter netos.

- Não deve ter coisa melhor.

- E daqui uns tempos não vai mais dar no coro!

- Não isso não, isso não vai acontecer comigo!

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Todo ano era a mesma coisa, todos se reuniam pra jantar no dia do aniversário, e comiam a mesma coisa, e tomavam a mesma coisa, e falavam sobre as mesmas coisas. Então poucos dias antes do aniversario dele ela morreu. E ele organizou tudo fez todo o ritual como ela fazia, só que dessa vez sem ela. E comemorou sozinho. Certa hora quando estava comendo escutou um barulho.

- Quem está aí?

...

- Devo estar ficando louco.

- Passa o queijo ralado.

- Toma... O que?

- O queijo ralado.

- Amor?

- Da o queijo.

- O que você ta fazendo aqui?

- Ué não é teu aniversário?

- É. Mais, mais, mais...

- Mais o que?

- Você não ta morta.

- Uí, não fala assim.

- Ué como eu vou falar?

- Seila, mais não assim.

- Você não foi dessa pra melhor?

- Quem disse que é melhor?

- Não é?

- É, é, to brincando.

- E o que ta fazendo aqui?

- Vim cantar parabéns pra você. O chefe viu que você tinha preparado tudo, se comoveu e deixo eu vir.

- Que legal da parte dele.

- É, mais disse que é pra eu levar um pedaço de bolo pra ele.

- Claro, claro, ia sobrar mesmo. E como é lá em cima?

- É sobre isso mesmo que eu queria falar.

- Fala.

- Eu vim te dar os parabéns por duas coisas.

- Duas?

- É a primeira é pelo seu aniversário. E a segunda é que você vai subir como presente de aniversário.

- Sério?

- Serissimo.

- Ele não poderia ter dado meias?

- É ele estava em duvida, dava meias ou isso. Daí falei pra ele que você não agüentava mais ganhar meias. Foi o que o fez decidir.

- Quem disse que eu não queria ganhar meia. Claro que eu queria.

- Ah quando eu dava você reclamava.

- Sim mais ia ganhar meias de Deus.

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- Assopra as velas e faz um pedido.

... Pronto!

- Qual foi o pedido?

- Não posso falar.

- Como não pode falar?

- Se não, não se realiza.

- Ah é né.

- É.

- Mais só da uma dica. Tem a ver comigo?

- Não, porque teria, o pedido é meu.

- Seila vai que você pediu pra ficarmos rico.

- Nem pensei nisso. Será que não tem direito a três pedidos?

- Acho que não. Talvez quando é aquelas velas que acendem de novo depois que apaga.

- A minha apagou e acendeu três vezes até minha mãe dar uma tapa nela, mas eu só fiz o pedido na primeira.

- Perdeu a chance de pedir mais coisas.

- Nem me toquei.

- Mais o que você pediu?

- Não posso falar, que saco.

- Pra mim não tem problema de contar.

- Porque pra você não tem problema?

- Porque eu não conto pra ninguém.

- Mas eu não posso se não, não acontece.

- Mesmo se contar não acontece.

- Você ta louco.

- Verdade.

- Não é.

- É sim. Eu faço pedido todo ano e até agora não fui atendido.

- Qual foi o pedido?

- Não posso falar se não, não se realiza.

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- Quantos anos você ta fazendo?

- Nossa que pergunta indelicada.

- Ué é o dia do teu aniversário, achei que não seria.

- Mais é.

- Desculpe.

- Nada. Quantos anos você acha que eu to fazendo?

- Quantos anos eu acho?

- É.

- Hoje...

- É olhando pra mim, sem saber minha idade quantos anos você diria?

- Olhando bem olhado, aquela olhadona...

- Quantos?

- No duro.

- No duro!

- 37 anos.

- 37 anos, você ta louco, quem te convidou pra minha festa?

- Foi você.

- Convidei porque não achei que você achava que eu tinha 37.

- Mais eu não acho.

- Você acabou de falar.

- Mais você que pediu pra eu chutar.

- E porque você não perguntou?

- Eu perguntei você falou que era indelicado.

- E é. Mais não no dia do aniversário. Uma hora o bolo chegará, e todos saberão.

- Foi o que eu disse.

- Não, foi o que eu disse... Como deixaram alguém que acha que eu tenho 37.

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- Festa maneira hein.

- Festona.

- É.

- Boa comida hein? Provou a coxinha?

- Provei. Divina. Chorei com a massa. E você provou o canudinho com maionese no meio.

- O que é aquele canudinho.

- Bom né.

- Muito. E os docinhos. Viu o tamanho do brigadeiro?

- Aquilo não é um brigadeiro, é uma patente mais alta.

- Ahahahaha... é mesmo, e o beijinho?

- Pelo jeito a confeiteira era Afrodite.

- Pelo beijinho sim.

- E a gelatina?

- Simples mais sensacional.

- Grande festa.

- Muito boa.

- E a musica hein.

- Boníssima. Ótimo playlist.

- Grande festa.

- Ótima.

- Ele merece.

- Mais não é ela.

- Ué será que eu to na festa errada, aqui não é o aniversário do Paulão?

- Não aqui é o da Beti.

- Bem que eu desconfiava que tava muito boa.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Não to dormindo

- Ei vai dormir na cama.

- Mais eu não to dormindo.

- Ta sim.

- Não to, to assistindo o filme.

- Mais o filme já acabou?

- Já! Não acredito tava aqui pensando com os olhos fechados e perdi o final.

- Para de mentir você tava dormindo.

- Não tava, tava pensando no que tenho que fazer amanhã.

- Sonhando com o que tem que fazer amanhã.

- Para de dizer que eu tava dormindo.

- Mais você tava.

- Como que alguém vai dormir no fim de um filme tão bom?

- Da mesma forma que dorme sempre.

- Mais não é que eu durma, é que eu fecho os olhos pra planejar o dia de amanhã e o filme acaba.

- Poh mais que dia cheio hein, ficou com os olhos fechados da metade do filme até o fim dele.

- É que eu to com o dia cheio amanhã.

- E você costuma roncar quando está se planejando.

- Para de querer dizer que eu tava dormindo.

- Mais você tava, e é sempre assim, você dorme no final do filme, daí loca o filme pra assistir o final, dorme de novo, atrasa a devolução porque tem que assistir pelo menos mais 3 vezes pra conseguir ver o final...

- Foi só uma vez e eu não assisti tantas vezes o final porque eu dormia mais sim porque tinha finais alternativos.

- Ah sim alternativos. Cada vez que você assistia sonhava com um final diferente.

- Nada a ver.

- É sim, admita que você estava dormindo.

- Mas eu não estava.

- Ta bom eu não vou discutir com você, Cláudio, se quer ficar dormindo nesse sofá duro o problema é seu só não me venha reclamar de dor nas costas amanhã porque eu não vou fazer massagem pra ninguém... Cláudio você estava dormindo de novo.

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- Amor vem dormir aqui comigo.

- Vem você aqui pro sofá.

- O que?

- Vem aqui você pro sofá, está tão quentinho, daí se eu vou aí pra cama tenho que começar tudo de novo.

- Começar tudo de novo o que?

- A me esquentar.

- Mais venha pra cá que eu te esquento.

- Venha você pra cá que já está quente.

- Eu não vou ir aí no sofá, não vou sair da minha cama quente e confortável pra ir até aí.

- E eu também não vou sair do meu sofá quentinho pra ir até aí.

- Então fica aí mal agradecido.

De madrugada...

- Amor da um espaçinho pra mim.

- O que que você quer?

- Chega pertinho de mim pra esquentar.

- A agora você quer, o que aconteceu com o “seu” sofá.

- Não sei quando peguei no sono estava tão quentinho e agora acordei com um frio.

- Daí vem querer me procurar, vai ficar com ele.

- Mais amor eu tava lá só até pegar no sono.

- Pois então agora fique lá até pegar uma gripe.

- Que isso Ana.

- Que isso digo eu, quando eu queria te esquentar você preferiu ficar naquela concha.

- Não precisa ofender também.

- Sai da cama, vai pro sofá.

- Deixa eu pelo menos levar uma coberta.

- A você estava sem coberta e mesmo assim preferiu ficar lá? O que que ele tinha que eu não?

- Não tinha coberta eu só tava assistindo e tentando esperar o sono vir.

- Eu tinha o sono aqui comigo.

- Ah amor!

- Ah amor uma ova.

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- Você não sabe com o que que eu sonhei!

- Com o que menina.

- Sonhei que estava numa praia...

- Qual praia?

- Não sei uma praia linda, deserta...

- Ih, deserta?

- É deserta porque?

- Não é bom. Mais continua.

- Estava um sol lindo, quando avistei de longe um bombeiro, lindo, sarado...

- Um bombeiro?

- É um bombeiro...

- Bombeiro não é boa coisa...

- É porque você não viu que bombeiro era... Olhos claros, alto, forte...

- Olhos claros?

- Sim, 1,90cm, barriguinha tanquinho.

- Olhos claros não é nada bom. Mais o que vocês fizeram daí.

- Ele veio em minha direção e me ofereceu uma respiração boca-boca.

- Ué você não tava na areia?

- Sim, mais você sabe como é sonho. Então como ouvi falar que se acontece alguma coisa no sonho, acaba acontecendo na vida real eu deixei.

- Deixou?

- E como, fez boca-boca, massagem cardíaca...

- Isso não é bom.

- O que, não é bom? Foi uma das melhores coisas que eu já senti.

- Mais esses sinais.

- Que sinais, foi apenas um sonho, infelizmente.

- Ah menina se cuida.

- Por quê?

- Praia deserta, bombeiro, massagem cardíaca. Vai fazer um check-up...

- Vou é procurar por praias desertas na internet, vai que esse sonho se torna realidade.

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- Cleverson, Cleverson... Acorda, acorda...

- O que?

- Você tava roncando.

- Não tava.

- Tava sim.

- Mais eu não ouvi nada.

- Claro você tava dormindo.

- Mais como roncando?

- Alto, muito alto, alto a ponto de eu ter que te acordar.

- Mais eu nunca ronquei.

- Como?

- Eu não ronco.

- Não mesmo, você não ronca...

- Viu.

- Você entra em erupção.

- Aí que exagero.

- Exagero porque não é você que ta do lado do terremoto.

- Ué nunca reclamaram do meu ronco.

- Mais só eu durmo com você.

- Então ta empatado 1 a 1.

- Como empatado, você ronca e pronto.

- Você não tem como provar.

- Não? Ta bom então eu vou filmar e te mostrar.

- Quero ver.

- Vou colocar na internet.

- O que?

- Ué não quer ver.

- Perai, isso é uma discussão nossa.

- Não disse que ninguém nunca reclamou.

- Mais amor, não precisa me expor tanto.

- Ta com medinho?

- Não quero virar sensação na internet.

- Então para de roncar.

- Como?

- Não sei se vira se não vou contar pra todo mundo, imagine o que todo mundo vai dizer.

- Ta bom eu vou parar...

- Quero só ver.

No outro dia...

- Amor, eu quero divórcio.

- Ué porque?

- Não quero você colocando vídeo meu roncando, na internet.

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Durante a noite de um casal dormindo, a mulher rola na cama e derrepente o choque.

- Aí Samuel.

- O que?

- Nossa Samuel.

- Quem é esse tal de Samuel?

- Ahm.

- Acorda. Quem é Samuel?

- Eu que vou saber tava dormindo aqui.

- Não se faça...

- Que se faça? Tava dormindo você sabe disso.

- Sim eu sei. Mais quem é Samuel?

- Que mané, Manuel, volta a dormir, amanhã pulamos cedo.

- 1 hora depois...

- Manuel, Manuel...

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- Conta uma estória pra eu dormir?

- Ahm?

- Conta uma estória.

- Que estória?

- Sei la, você escolhe. Só até eu pegar no sono.

- Ah então você está insinuando que minhas estórias dão sono?

- O que?

- Falando pra eu contar uma estória pra te ajudar a pegar no sono...

- Nada a ver.

- Tudo a ver.

- Não precisa falar nada, queria te ouvir... Agora não quero mais, boa noite.

- Aí amor tava brincando.

- Você e essas suas brincadeiras, só queria uma estória e acabei arrumando uma confusão.

- Não arrumou nada. Deita aí que eu vou contar uma estória.

- Ta bom.

- Só não vai dormir no meio da estória como você sempre faz.

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Os dois deitados na mesma cama, um na cabeceira e o outro nos pés...

- Porque eu tenho que ficar nos pés?

- Porque você é mais novo.

- E o que que tem? A cama é minha.

- E daí? A cama é sua mais eu sou mais velho. E qual é o problema de dormir nos pés?

- Não gosto.

- Ninguém gosta.

- Tem gente que gosta.

- Quem gosta?

- Sei lá mais alguém deve gostar pra ter tido essa idéia.

- É se for pensar por esse lado.

- Tira o pé da minha cara.

- Não to com o pé na sua cara.

- Claro que ta, uí que nojo...

- Tira o seu da minha...

- Mais não é o meu.

- Como não é?

- Meu pé não alcança sua cara, eu sei eu tentei...

- O que? Mais de quem é então?

- Não sei, só que não é o meu.

- Ah não tem mais alguém entre nós. Acende a luz lá.

- Não, acende você.

- Porque eu?

- Você é o mais velho.

- E o que que tem?

- Que tem que o mais velho é o mais corajoso.

- Negativo. Aí caramba bateu com o pé de novo na minha cara.

- Ih, quer trocar de lugar pra ver se para?

- Será que adianta?

- Quer tentar?

- Mais e se não adiantar?

- Daí eu ligo a luz.

- Beleza no 3 nós trocamos.

- 1, 2, 3...

- Aí bem melhor.

- Só troquei porque você tava com medo.

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- Nossa você se mexe bastante quando ta dormindo hein.

- Sério nunca percebi.

- Vai ver é porque você está sempre dormindo.

- É pode ser.

- Olha vamos ter que comprar uma cama maior ou dormir em camas separadas.

- Que exagero.

- Exagero? Noite passada você me deu uma joelhada na costela, uma pesada na cara e um mata leão.

- Sério?

- Claro. Achou que esse olho roxo era do que? Que eu tinha caído da escada?

- Pode ser.

- Como pode ser, nem temos escada.

- Ah é...

- É, e não sei se vou sair viva de mais uma noite dormindo na mesma cama que você.

- Olha eu não faço por querer.

- Eu sei que não faz por querer, mais o que não da é pra continuar apanhando assim.

- Verdade. Vamos resolver esse problema.

- Relaxa que eu já sei como resolver.

- Ah já sabe que bom! Como?

- Toma.

- O que é isso?

- Abre.

... Nossa um pijama novo. Que estranho esse pijama.

- Não é bem um pijama é uma camisa de força.

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- Antes de dormirmos juntos eu quero te falar uma coisa.

- O que?

- Eu sou sonâmbulo.

- Serio?

- Seriíssimo.

- Ah mais não tem problema.

- É.

- É o que?

- É que quando eu tenho ataques de sonambulismo eu sapateio.

- Faz o que?

- Faço sapateado.

- Como você sabe.

- Algumas pessoas viram e me contaram.

- Nossa.

- E não para por aí.

- Não?

- Não. Eu também canto.

- Canta?

- Canto.

- Canta o que?

- Samba.

- Samba?

- Sim.

- Você sapateia e canta samba.

- Isso.

- Que loucura. E isso acontece sempre?

- Não, só quando tem platéia!

sábado, 13 de novembro de 2010

Tenho ciúmes, ciúmes de você

- Você ta com ciumes de mim, não acredito...

- Não to com ciúmes.

- Ta sim que eu sei. Ta incomodada...

- Nem to...

- Então porque ta brava?

- Não to brava.

- Para, ter ciúmes não é nada demais...

- Mais eu não to com ciúmes...

- Ta sim que eu te conheço.

- E o que que tem que me conhece, só porque me conhece sabe se eu to com ciúmes? Se me conhecesse mesmo saberia que eu não to com ciúmes e que não ligo que você fique olhando pra essas galinhas...

- Viu, viu...

- Ah além de ficar olhando quer me mostrar ainda...

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- Que marca é essa no seu pescoço?

- Qual marca?

- Essa marca aí...

- Não tem marca nenhuma.

- Tem sim. Olha no espelho.

- Ah não acredito que marcou.

- Quem marcou?

- Como quem marcou?

- Quem fez essa marca?

- Ninguém fez.

- Como ninguém fez?

- Ué ninguém fez.

- Então como você fez isso, sozinho?

- Não fiz sozinho.

- Então quem fez?

- Foi você quem fez

- Agora pouco não tinha sido ninguém?

- Não quando eu disse ninguém, eu quis dizer que foi você.

- Como eu, Ronaldo. Da onde eu?

- Aquela hora.

- Que horas?

- Aquela lá. Foi você não se lembra.

- Não, não lembro.

- Como não se lembra, eu falei pra você não fazer isso, senão minha mulher ia ficar brava.

- Mais eu sou sua mulher Ronaldo.

- A então não foi você.

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- Onde você estava até essa hora?

- Trabalhando.

- Trabalhando?

- É, trabalhando!

- Até essa hora?

- É, até essa hora.

- Onde?

- No escritório.

- No escritório?

- Sim, no escritório!

- Até essa hora?

- Já perguntou isso.

- Eu sei que já, mas é dificil de acreditar.

- Por que?

- Porque quem trabalha até as três da manhã, de uma sexta-feira, num escritório de contabilidade?

- Eu.

- Claro, só você.

- Não tava eu e a secretaria.

- O que?

- Tava eu e a Débora.

- Ah então quer dizer que tava você e a Débora até agora no escritório é?

- Aham.

- Fazendo o que?

- De novo?

- Vai me dizer que você estava até essa hora, com a secretaria, no escritório trabalhando?

- Sim.

- A me poupe né Frederico.

- Ta bom Karla, eu não vou discutir com você, amanhã acordo cedo tenho que viajar pra búzios.

- Fazer o que em búzios fim de semana?

- Trabalhar né Karla, o que mais eu faço se não trabalhar?

- E quem vai?

- Eu e a secretária.

- A não isso é inadmissível.

- O que eu não posso trabalhar mais? Faço hora extra você reclama, viajem a trabalho você reclama, não confia em mim?

- Sim, em você eu confio, em quem eu não confio é na sercretaria.

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- Amor tenho que te falar uma coisa.

- O que?

- Bem não sei por onde começar.

- Começa pelo começo.

- Boa idéia. Então sabe que eu gosto muito de você.

- Sei.

- E que nosso relacionamento é uma das melhores coisas que já me aconteceu.

- Sim eu sei.

- E que eu nunca faria nada pra te machucar.

- Ih não estou gostando desse tom de voz.

- Eu vou tentar ser mais direto.

- Por favor.

- Eu gosto muito de você, você sabe disso né?

- Acho que sabia até agora.

- Por gostar muito de você eu estou fazendo isso.

- Aí meu Deus eu não acredito que estou passando por isso.

- É dificil pra mim também.

- Então fala de uma vez.

- Peraí, eu estou tentando achar uma maneira de falar isso que não parece que eu estou sendo injusto ou algo assim.

-Nada que você faça vai me fazer te achar um injusto.

- Obrigado. Contudo mesmo assim vou ter que falar.

- Eu acho que já sei o que você vai falar?

- Já sabe?

- Acho que sim.

- Ah melhor então não preciso falar.

- Como não precisa falar? Eu falei que acho que já sei, não que sei.

- Ahm?

- Continua.

- Ta, onde eu parei mesmo?

- Que não quer parecer injusto.

- Ah é. Então eu tenho que dizer isso...

- Você vai dizer que vai terminar comigo?

- Não, capaz, nunca me passou isso pela cabeça. Só ia dizer que estou te traindo.

- Aí que susto, pensei que fosse terminar comigo... E ainda tava com medo de parecer injusto...

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- Milton o que significa aquilo?

- Aquilo o que?

- Aquilo que eu te peguei fazendo?

- Nada!

- Como nada?

- Ah amor para, eu não tava fazendo nada demais.

- Como não tava fazendo nada demais? Como não?

- Não tava...

- Ah não é nada demais um homem casado fazer o que você estava fazendo...

- Não, não é.

- Ah não, imagine o que os vizinhos vão pensar, que eu não estou te dando comida em casa...

- E não está.

- Oi?

- Nada ver, como os vizinhos vão saber...

- Eu que vou saber como eles vão saber, mais pode apostar que eles vão ficar sabendo...

- Será?

- Imagine um homem casado, com filhos fazendo isso...

- Qual é o problema?

- Qual é o problema? Se não precisa de mim pra isso, o que ainda ta fazendo casado comigo?

- Amor você ta pirando...

- Em quem você pensa fazendo isso.

- Em você.

- Aham Milton senta lá...

- Pior que até tento ter a inspiração de outras mulheres mais sempre acabo pensando em você.

- Não adianta tentar me agradar...

- Mas é a mais pura verdade... Começo ali pensando na Ana Maria Braga, depois vou pra Palmirinha...

- Sabia que começava nas celebridades pra depois chegar em mim.

- Isso não é verdade, você é minha maior inspiração...

- Vou fingir que acredito.

- Então vem aqui me dar um beijo...

- Não, você está com a mão meio ocupada...

- Mais eu já estou terminando...

- Então termine sozinho aí... Você vai precisar de mim ainda pra fazer a sobremesa...

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- Que fotos são essas de mulher pelada aí hein.

- Fotos de mulher pelada.

- É você ta me traindo Eduardo.

- Não amor, são só fotos.

- Você está me traindo com a Playboy de novembro.

- Não é de novembro, é de agosto.

- Pior ainda.

- Como pior ainda.

- Está me traindo com uma mais velha.

- Mais amor é só uma revista.

- Não é só uma revista é a playboy de agosto.

- Mais eu não tava vendo as fotos, só as matérias.

- De novo com esse papo de só as matérias, Ricardo Eduardo.

- Juro amor.

- Não jura em falso que é pecado.

- Mais é verdade.

- Pode admitir Eduardo, você está me traindo com a playboy de agosto, fala que fica menos feio pra você.

- Mais eu não estava te traindo, estava apenas lendo as matérias.

- E por que você está excitado?

- Não estou...

- Como não está eu conheço ele...

- (Conhece mais não quer nem tocar nele)...

- O que que você falou?

- Nada!

- Não tenta disfarçar não, que matéria é essa que te deixou assim de “barraca armada”?

- Ahm?

- Que matéria boa é essa aí...

- Não é matéria...

- Sabia... Viu devia ter falado desde o começo, que estava vendo as fotos.

- Mais não é as fotos...

- Se não é as fotos que te deixou... Assim. O que é então?

- As piadas da ultima página.

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- “Trago essa rosa, para te dar”...

- Não adianta querer me agradar.

- “Quando a luz dos olhos seus e as luz dos olhos meus resolvem se encontrar”...

- Para de desconversar Luiz.

- “Tive razão posso falar”...

- Teve razão? Como teve razão?

- “Ela ta dançando e o pimpolho ta de olho”...

- Ah sabia, sabia seu descarado.

- “Provei pra você que eu não sou mais disso”...

- Sim, provou fazendo aquilo...

- “Você é doida demais, muito doida, muito doida”...

- O que? Vou embora.

- “Palavras apenas, palavras pequenas”...

- Você esta duvidando de mim?

- “Pare, até quando você quer mudar minha vida”...

- Está me chamando de controladora?

- “Pra que falar se você não quer me ouvir”

- Ouvir o que suas mentiras?

- “Eu menti quando eu disse que não te queria”...

- E eu ainda achava que você tinha algum sentimento por mim...

-“Eu te amo e vou gritar pra todo mundo ouvir”...

- Não aqui não, vai me fazer passar mais vergonha do que eu já estou passando...

- “Eu não ligo pra que os outros falam, me arrependo só do que não fiz”...

- Não liga porque está bêbado!

- “Se eu quiser beber eu bebo, se quiser fumar eu fumo”...

- Ah então fica sozinho aí...

- Peraí... “Eu tenho tanto pra te falar, mais com palavras não sei dizer”...

- Não eu vou embora, passar bem...

- “Não se vá meu amor”...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Mentira saudável

- To bem pra sair assim?

- Não.

- Aí Pedro.

- Só to falando a verdade.

- Mais precisa ser tão grosso.

- Não estou sendo grosso, to sendo sincero.

- Sincero... E essa será que fica melhor?

- Você quer que eu fale a verdade ou minta?

- Fale a verdade.

- Não ficou bom também.

- Nossa, olha o tipo.

- Você que falou pra eu dizer a verdade.

- Mais não essa.

- Como não essa? Existe outra? Essa é a verdade.

- Mais não desse jeito.

- E de que jeito você queria que eu dissesse?
- Sei lá mais não assim.

- Como então?

- Não importa se não ficou bom eu vou trocar.

...

- E agora?

- Tem certeza que quer que eu fale?

- Claro que quero.

- A verdade?

- A verdade!

- Ficou linda.

- Nossa como você é mentiroso.

-----------------------------------------------------------

- Ah Carlo para de mentir.

- Porque você nunca acredita em mim?

- Porque você nunca fala a verdade?

- Eu to falando a verdade.

- Como eu posso acreditar que você ta falando a verdade agora, se todas as outras vezes eram mentira.

- Não era mentira.

- Ah Carlo.

- Não era, to falando.

- As outras pode até ser que não, mais agora é!

- Não é, porque eu mentiria sobre uma coisa dessas?

- Porque você falaria a verdade?

- Não tenho motivos pra mentir sobre isso.

- E desde quando precisa de motivo pra mentir?

- É isso é verdade.

- Viu eu falo a verdade, já você...

- Já eu também.

- Não tem como eu acreditar nisso, é um absurdo.

- Porque um absurdo? Só você pode fazer isso?

- Não é que só eu possa fazer isso, mais é que não sei se outras pessoas conseguiriam.

- Mais eu vi.

- Tem como provar?

- Ãhm?

- Tem como provar?

- Não acredita na minha palavra?

- Ah Carlo...

- Ah sim, só você consegue fazer isso, você é o rei, o rei de fazer isso...

- Eeee... Ficou bravo...

- Não fiquei bravo, apenas fico puto por você não acreditar em mim.

- Mais eu acredito.

- Não acredita.

- Acredito.

- Não acredita não.

- To falando que acredito.

- Mentiroso...

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- É pelo que deu no diagnostico o senhor sofre de uma doença...

- Aí doutor qual é o nome da doença?

- Mintomania.

- Minto... O que?

- Mintomania. Pessoas que mentem demais.

- Mentira.

- To falando a verdade, o mentiroso aqui é você.

- Não sou não, nunca menti na minha vida.

- Olha aí os efeitos.

- O que to falando a verdade.

- Eu sei que é dificil de aceitar, mas você tem que ser forte.

- Eu sou forte, uma vez ergui um carro...

- É os sintomas estão se agravando mais.

- Qual é o tratamento doutor.

- Falar a verdade.

- Quantas vezes por dia?

- Vai ter que fazer o tratamento intensivo, falar a verdade o dia inteiro.

- Eu não vou conseguir doutor.

- Vai sim, eu acredito em você.

- Acredita?

- Não.

-----------------------------------------------------------

- Olha nos meus olhos e diz a verdade.

- Precisa mesmo disso?

- Se quiser que eu volte a acreditar em você, sim.

- Não precisa disso eu to falando sério.

- Então olha nos meus olhos.

- Pra que tudo isso.

- Olha. Nos. Meus. Olhos...

- Ta bom.

- Agora diz.

- Você não está gorda...

-----------------------------------------------------------

- Você jura?

- Juro.

- Jura pelo seu carro?

- Pelo carro Betinha...

- Jura pelo carro?

- Juro, juro...

- Jura mesmo.

- Juro.

- Jura pelo corinthians?

- Ah não coloca o corinthians na história.

- Jura pelo corinthians ou não?

- O corinthians?

- Jerê...

- Juro pelo corinthians. Satisfeita?

- Mais ou menos.

- Mais ou menos?

- Jura pela morte da sua mãe?

- Pela morte da mãe não, Roberta.

- Viu como era mentira...

- Roberta você vai querer colocar a mãe no meio.

- Só assim pra descobrir a verdade...

- Mais já jurei pelo meu carro, pelo corinthians, agora quer que eu jure pela morte da minha mãe.

- Jura pela morte da sua mãe ou não?

- Não pode ser pela morte da sua?

- Sabia que era mentira...

-----------------------------------------------------------

- Ah, mais foi uma mentira saudável.

- O que?

- Uma mentirinha saudável...

- Como assim mentira saudável?

- Uma mentira que não vai prejudicar ninguém.

- Só porque não vai prejudicar ninguém, é saudável agora?

- Não é agora, sempre teve esse nome.

- Não existe esse negócio de mentira saudável. Mentira é mentira.

- Sim mais tem vezes que nós mentimos pra não machucar o próximo.

- Que próximo.

- Sei lá as pessoas que gostamos.

- Você já contou uma mentira saudável pra mim?

- Claro que sim.

- Qual foi?

- Qual foi o que?

- A mentira saudável.

- Não lembro, foram tantas...

- Ah quer dizer que você sempre faz isso.

- Não.

- Não?

- Não, só quando é preciso.

- E com qual freqüência é preciso?

- A não sei te dizer amor.

- Como não sabe dizer? Dá um exemplo.

- Um exemplo? Um exemplo?

- É.

- Pra evitar alguma briga.

- Que tipo de briga?

- Briga besta (como essa)...

- O que?

- Nada.

- Isso foi uma mentira saudável?

- Saudável pra mim.

-----------------------------------------------------------

- E se fosse proibido mentir?

- O que?

- Imagine se fosse proibido mentir.

- Do que você ta falando? Fica de olho aí...

- To olhando... Só tava pensando, imagine que ruim se não existisse a mentira.

- Ué que diferença faria?

- Que diferença faria?

- Olha pra tela.

- To olhando... Que diferença faria?

- É.

- O que você diria pra sua mulher pra poder passar no bar?

- A verdade.

- Até parece.

- Sim, a verdade.

- O que diria para o chefe quando chegasse atrasado?

- Olha teu lado aí...

- O que?

- Falei olha teu lado aí...

- To olhando... Mais o que diria para o chefe?

- A verdade.

- Para de mentir...

- Diria a verdade sim, sempre digo...

- Aham, sempre diz.

- Sempre digo sim... E para de conversar, vamos prestar atenção no serviço.

- A verdade...

...

- Diria a verdade, para sempre?

- Sim, se fosse proibido mentir teria outra opção?

- É, pior que não.

- Então. Agora olha teu lado aí.

... E se a sua mulher pegasse você com outra na cama o que você diria?

- A verd... Se ela me pegasse com outra na cama?

- É.

- E não pudesse mentir?

- É.

- Não mais isso nunca vai acontecer.

- Não.

...

- Mais e se acontecesse com você. Se a sua mulher te pegasse com outra na cama e fosse impossível mentir, o que você diria?

- Diria a verdade.

- Que verdade?

- Que a sua mulher estava passando mal e que eu estava tentando ajudá-la.

domingo, 24 de outubro de 2010

Vende-se

- Oi quanto custa esse aqui?

- Pra você é R$20,00

- Pra mim é R$20,00?

- Isso.

- E para os outros?

- Como assim?

- Se pra mim é R$20,00 quanto é para os outros?

- Depende.

- Depende do que?

- Depende que outros.

- Outro tipo ela.

- Pra ela é R$15,00

- Por que?

- Porque o que?

- Porque pra mim é R$20,00 e pra ela é R$15,00?

- Ela parece ser mais simpática.

- Ahm?

- Simpatia vale desconto.

- Que absurdo.

- O que?

- Você está me dizendo que eu devo pagar mais porque sou antipática.

- Não eu não disse isso, disse que ela paga menos porque é simpática, e se for levar em consideração você também é simpática ainda to fazendo o preço pra simpática.

- E porque eu sou menos simpática do que ela?

- Você não é menos simpática que ela.

- Então porque ela pagaria R$15,00 enquanto eu tenho que pagar R$20,00?

- Porque ela é bonita.

- A agora você esta dizendo que alem de antipática eu sou feia?

- Eu não disse isso.

- Mais é o que está parecendo.

- Você está interpretando errado...

- Eu não estou interpretando nada errado.

- Ta bom, eu faço por R$15,00 pra senhora.

- Faz?

- Faço.

- E pra ela?

- E pra ela o que?

- Quanto vai sair pra ela?

- R$20,00.

- Ah bom...

...

- Ué porque pra mim vai sair R$20,00, e pra ela R$15,00?

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- Tem desse aqui na cor azul?

- Não tem.

- Aí que pena. E na cor preta?

- Não esse aí é modelo único, só temos no branco.

- Ah modelo único.

- Aham.

- Verdinho desse você não teria?

- Não só no branco mesmo.

- Ah branco não me cai bem.

- Mas temos outras peças em varias cores.

- Hum mais eu gostei dessa.

- Mais da uma olhadinha nas outras, vai que você se interessa por alguma outra coisa.

- É né...

- Prova essa.

- Ah essa é bonita hein.

- Essa é uma das mais bonitas que temos.

- É bonita mesmo, vou experimentar. Traz uma dessa no azul e uma daquela primeira no roxo.

- Trago uma dessa no azul, só que daquela primeira só vai ter cor única.

- Ah é só cor única, e essa cor única não é roxo?

- Não, é branco.

- Ah você tinha falado, então traz a que você sugeriu no branco e a que eu gostei no azul.

- Não seria ao contrario?

- Não, é dificil eu me confundir.

- Então é aquela do modelo único branco, e a que eu te mostrei no azul.

- Não ao contrario.

- Mais aquela única só tem no branco.

- Ah é só no branco?

- Sim, só no branco.

- Não gosto de branco suja muito.

- É mais só tem no branco.

- Amarela não?

- Não.

- Então pega aquela que você sugeriu na cor branca.

- Mas a senhora não disse que não gosta de branco.

- Não gosto, mais só tem branco.

- Não mais tem em outras cores.

- Ah tem outras cores?

- Tem então me vê uma dessa no azul e a primeira na cor preta.

- Mais só tem no branco.

- Ué você que acabou de falar que tem outras cores.

- Não a primeira, a segunda.

- Mas eu não gostei da segunda só da primeira só que de outra cor.

- Eu sinto muito, mais não tem, não tem.

- Nossa como você é antipática, não precisa trazer mais nada, vou comprar em outra loja.

- Vá mesmo.

- Eu vou. Só anota meu numero pra quando chegar àquela peça no preto você me ligar.

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- Se eu levar três você faz por quanto?

- Se você levar três...

- E se eu levar cinco...

- Ah daí fica melhor hein.

- E sete? Se eu levar sete?

- Sete, eu consigo um negocinho bom.

- E nove?

- Vai sair praticamente de graça.

- Praticamente de graça?

- Aham.

- E onze?

- Onze? Nunca ninguém comprou tantos.

- Então quero ver você me agradar.

- Peraí que eu vou falar com meu gerente... “onze, onze”...

...

- E aí quanto sai os onze?

- Meu chefe nem acreditou que você ia levar tantos.

- Se conseguir um preço bom vou trazer gente que compra mais.

- Não acredito.

- Você me ajuda eu te ajudo.

- Com certeza.

- Então e aí o que conseguiu de desconto?

- Consegui 40% de desconto.

- Não acredito, 40% de desconto.

- Você é um cliente especial, merece um preço especial.

- E consegue esse preço pra mim?

- Consigo, só pra você.

- Então me veja um com esse desconto.

- Ahm?

- Ué não disse que consegue esse desconto pra mim.

- Sim mais se fosse levar onze.

- É mais eu só vou levar um, quem compraria onze?

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- Deixa eu ver como ficou.

- Não sei acho que ficou meio estranho.

- Nada, ficou um espetáculo.

- Você acha mesmo.

- Se eu acho? Eu tenho certeza.

- Parece que ta meio apertada.

- É nada ta na moda assim.

- A ta?

- Se ta.

- Mais eu não consigo sentar.

- Pra que sentar? Ta na moda ficar de pé.

- A ta?

- Se ta.

- Não consigo andar direito, parece que estou assada.

- Nem parece, ta Super elegante.

- Sério.

- Eu já menti pra você?

- Conta, quando você falou que tinha todos os números e depois só trouxe esse?

- Não vem ao caso. Fora que ta na moda andar assim.

- Assim parecendo que estou com vontade de ir ao banheiro.

- Sim. Quer dizer não, andar desse jeito.

- Ta mesmo?

- Se ta.

- Não sei mais acho que não vou levar não.

- O que? Está todo mundo ta usando isso.

- Sério?

- Sério.

- Assim, apertado, desconfortável...

- Todo mundo.

- E porque?

- Porque só veio tamanho único.

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- Acha que ficou boa?

- (marido) Não.

- (Vendedora) Sim.

Enquanto a mulher está no trocador.

- (marido) Ela perguntou pra mim.

- (vendedora) Desculpe senhor mais eu sou a vendedora.

- Por que acha que não ficou boa?

- (marido) Sei lá não caiu bem.

- (vendedora) Mais ficou boa. Vestiu muito bem.

- Acha que deixou minha bunda muito grande?

- (marido) Sim. Isso é ótimo.

- Aí amor.

- (vendedora) Não. Ficou perfeita.

- E a blusinha combinou com a calça?

- (marido) Nada a ver.

- (vendedora) Combinou demais.

De volta ao trocador.

- (marido) Não tem nada a ver, a calça é azul e a blusinha é abacate.

- (vendedora) É a tendência.

- Então será que eu devo levar?

- (marido) Eu acho que não.

- (vendedora) Com certeza vai arrasar.

- Acha mesmo.

- (marido) Eu acho.

- (vendedora) Claro.

- Então eu vou levar.

-----------------------------------------------------------

- Oi, vim trocar isso daqui.

- O que aconteceu?

- Ganhei de presente, e não serve.

- Sinto muito.

- Não tem problema acontece sempre isso.

- Não, sinto muito mais não podemos trocar.

- Como assim?

- É a norma da loja.

- Como norma, isso é um direito do consumidor.

- Mas o lema da loja é “cavalo dado não se olha os dentes”.

- Mais eu não disse que não gostei do presente, só vou trocar por um maior.

- Não aqui.

- Mais foi comprado aqui.

- Sim eu sei ta com a etiqueta.

- Então vou trocar aqui.

- Mas não efetuamos troca de presentes aqui. Valorizamos a pessoa que deu.

- Eu também, mas não serviu.

- Não posso fazer nada.

- Pode sim, pode trocar.

- Não trocamos. O senhor vai ser obrigado a emagrecer.

- O que? Está me chamando de gordo?

- Não o senhor está se chamando de gordo, dizendo que não serve.

- Mais ficou curto não apertado.

- Pior ainda.

- Pior ainda o que?

- Pior ainda de trocar. Por que se tivesse apertado o senhor poderia chorar um pouco e nós acabaríamos trocando, agora se ficou curto.

- Tava mentindo, ficou apertado mesmo.

- Não adianta querer enganar, agora o senhor, já falou.

- Isso é um absurdo, não deveria nem estar discutindo isso com você. Chama seu gerente pra mim.

(Gerente) O que está acontecendo?

- Seguinte eu ganhei esse presente e queria trocar, mas ele disse que vocês não fazem troca.

(Gerente) E não fazemos.

- Como não, ele disse que se eu chorasse um pouco ele trocaria.

- Você disse isso?

- Disse... Mas...

(Gerente) Não tem mais, já falei que não vamos trocar nem pra gordo mais.

- Ei eu to aqui ainda.

(Gerente) Sinto muito mais não fazemos trocas.

- E o que eu faço com esse presente?

- Dá de presente pra alguém. Afinal de contas pelo seu tamanho pelo jeito fizeram isso.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Cabeça de criança...

- Par ou impar?

- O que?

- Par ou impar?

- Você vai querer tirar no par ou impar?

- Sim.

- A para.

- Paaar? Ou impaar?

- Não vou jogar par ou impar com você.

- Ta com medo?

- Não apenas não vou jogar.

- Hum, medroso...

- Não vou jogar. Você rouba.

- Como roubo?

- Roubando.

- Como roubando?

- Você sempre escolhe primeiro.

- Ué você fica enrolando.

- Não é que eu fico enrolando, tenho que escolher direito.

- Ta bom pode escolher primeiro.

- Não, não quero jogar.

- Ta com medo é?

- Não apenas não quero. Acho que devemos decidir isso como adultos.

- É pensando bem é melhor mesmo.

- Com o que está em jogo não pode ser disputado numa brincadeirinha assim.

- Que tal pedra, tesoura ou papel?

- Acho mais justo. Mais tem que ser melhor de três.

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- Aninha quer casar comigo?

- Será Luquinha mais nós somos muito novos.

- O que que tem, eu gosto de você, você gosta de mim.

- Mais e os nossos pais?

- Eu peço para o teu pai.

- Você é louco.

- Peço sim.

- E se ele disser não.

- Ele não pode dizer não.

- Lembra o que aconteceu com o David.

- Mais o David não sentia o que eu sinto por você.

- Aí que lindo.

- Ta decidido vou falar com ele hoje, depois que sairmos da escola.

- Eu to com medo.

- Não precisa ficar, talvez hoje mesmo já estejamos morando na minha casa da arvore.

- O que?

- É vamos morar lá.

- Naquele muquifo?

- Muquifo?

- É aquela arvore caindo aos pedaços.

- Mas já tínhamos combinado.

- Não, não, não...

- Como não...

- Não, eu não entro naquela casa de arvore nem que a vaca tussa.

- Mas é tudo que eu tenho. Aquela casa na arvore e minha Calói 10.

- Você chama aquilo de Calói 10 eu daria no máximo um 4 para aquela bicicletinha.

...

- Aonde você ta indo?

- Tomar um leite e esfriar a cabeça. Pensando bem acho que seu pai não ia deixar mesmo.

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- A não mais meia.

- Não fala assim filho.

- Mas mãe, todo ano ela me da meia.

- Carlos Augusto.

- Carlos Augusto não mãe. Eu tenho que falar. Todo mundo da uma coisinha diferente, mais a tia Teka da sempre meia, meia, meia.

- Não seja mal agradecido.

- Eu vou falar com ela.

- Não faça isso.

- Vou ter que falar, não posso mais deixar isso acontecer. Tenho que saber se é só comigo ou se da para os outros sobrinhos também.

- Não vai... Ih já foi...

- Tia vamos conversar.

- Fala meu sobrinho que eu mais gosto.

- Não me venha com sobrinho que eu mais gosto não.

- O que?

- Isso mesmo que você ouviu, se eu fosse o sobrinho que você mais gosta, não me daria meia em todas as datas comemorativas.

- Ahm?

- Meia, soquete, meia social, meia com dedo, de frio, de verão, de fazer academia eu tenho 13 anos e você me da meia pra usar na academia.

- Não to entendendo.

- Meia, a senhora só me da meia tia, eu sei que meia quanto mais melhor. Mas não poderia mudar só uma vez? Só uma vezinha?

- Eu pensei que você gostasse.

- Eu gostei até a vigésima vez. Mas até na páscoa tia. Na páscoa!

- Era de coelhinho.

- Mas era páscoa.

- Desculpe.

- Não precisa pedir desculpa só me responda uma coisa?

- O que?

- Ah senhora da meia pra todos os sobrinhos?

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- Mãe, pai, eu tenho que confessar uma coisa.

- O que foi filho.

- O que que está acontecendo Paulinho?

- Eu sou adotado.

- Ahm?

- O que?

- Eu sei que sou.

- Para de falar besteira filho.

- Mãe não adianta negar.

- De onde tirou isso filho?

- Eu já venho percebendo isso a muito tempo.

- Do que está falando?

- Olha pra você mãe. Eu não pareço nem um pouco com você.

- Besteira, quando crescer vai ficar mais parecido.

- Não diga isso pai, eu me pareço menos ainda com o senhor. O senhor é careca.

- Paulinho não fala assim com o seu pai.

- Mais é verdade mãe, ele é carequinha.

- É a idade filho, e sua mãe que fez cair.

- O que não vem colocar a culpa em mim por você ser careca precoce.

- É culpa sua sim.

- A e o meu corpo, olha o que você fez com ele, nem meu filho não me reconhece mais.

- Ah você fica o dia inteiro coçando e a culpa é minha.

- É sua, antes de te conhecer eu era magrinha, cabelo perfeito, todo mundo me queria.

- A e antes de te conhecer eu era magrinho, tinha cabelo...

- Parem de brigar, parem de brigar. Eu errei realmente vocês são meus pais.

- Ué como descobriu agora?

- Eu achei umas fotos de quando vocês eram novos e realmente vocês eram assim como falaram. Só espero não ficar com a aparência de vocês quando ficar mais velho.

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- Vou contar até 10...

- Não até 10 é muito pouco.

- Ta bom, até 20.

- Conta até 50.

- Mais eu não sei contar até 50, só sei contar até 20.

- Então conta duas vezes até 20.

- Ah mais daí da mais.

- Claro que não.

- Ta bom.

- 1, 2, 3... 20. 1, 2, 3... 20. Lá vou eu.

- Conta mais uma vez até 20.

- Não lá vou eu.

- Não conta mais uma vez até 20.

- Já deu tempo pra você se esconder, porque não foi?

- Tava vendo se ia contar certo.

- Ta bom vou contar só mais uma vez.

- Mais uma vez, de duas vezes até 20, ou só até 20.

- Só mais uma até 20.

- Não tem que contar duas vezes até 20 pra dar quase 50.

- Como você sabe que duas vezes 20 da quase 50?

- Sabendo.

- Como sabendo? Você sabe contar até 50?

- Não.

- E como sabe isso então?

- Porque eu sei ué.

- Não tem nada vê.

- Claro que tem.

- Não tem.

- Tem sim.

- Ih olha o Cláudio indo embora.

- Onde você vai?

- Vou ir estudar matemática.

domingo, 12 de setembro de 2010

Enrolando...

-Adorei te conhecer sabia?

-Hum?

-Falei que adorei te conhecer.

-Ah eu também.

-Você também o que?

-Adorei te conhecer.

-Adorou mesmo?

-E como...

-O que mais gostou?

-O que eu mais gostei?

-É.

-De tudo.

-Deve ter alguma coisa que gostou mais.

-Não, gostei de tudo, tudinho.

-Aí que lindo... Que mais?

-Que mais o que?

-Fala mais.

-Gostar de tudo já não ta bom?

-Ta bom, mas é que eu esperava mais antes de te conhecer.

-Mais o que?

-Mais, mais... Sabe mais.

-Até alguns segundos atrás disse que tinha adorado me conhecer.

-E adorei só que esperava que você soubesse se expressar melhor.

-Mas o que você quer saber?

-O que mais você gostou em mim.

-A você quer saber? Quer? Ta bom o que eu mais gostei foi da sua bunda.

-Você é igual aos outros...

-Você quem perguntou.

-Mais não era essa resposta que eu queria.

-E qual resposta era?

-Todas menos essa.

-Ta bom eu menti pra você eu gostei mais do seu jeito meigo, dos seus olhos.

-Ah quer dizer que minha bunda não é boa o suficiente pra você?

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-Desculpa é que é a primeira vez que eu faço isso.

-Ah capaz.

-Sério, to muito nervoso.

-Calma você ta indo bem.

-Ah já começou.

-Sim, sim...

-Aí que medo.

-Relaxa.

-Eu to tentando, mas você não sabe como é difícil pra mim.

-É difícil pra todos na primeira vez.

-Ah é pensei que fosse só comigo.

-Vai com calma, com calma.

-Desculpa.

-Para de se desculpar, você não ta fazendo errado, digamos que pra primeira vez ta indo muito bem.

-Ah você ta falando isso só pra me agradar.

-Não, pior que não, apesar de você estar pagando.

-Foi à única maneira que eu achei pra fazer isso.

-Eu sei não estou falando por mal, muitos fazem a primeira vez assim.

-Menos mal.

-Fica tranqüilo.

-Acho que é agora.

-Já... Quer dizer, então vai.

-Nossa que sensação estranha.

-É normal ser estranha.

-Ah, ah, ah, foi...

-Viu não foi tão difícil.

-É pior que não, agora vamos provar pra ver se está gostoso.

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-Você mora aqui na frente.

-E você mora aqui na frente.

-Prazer Vargas.

-Teka.

-Teka? De Estela.

-Não de Tereza.

-Ah de Tereza e da onde o Ka.

-Sabe que eu não sei só lembro de me chamarem assim.

-Pois é um dia você acorda e todo mundo está te chamando por um apelido, pelo sobrenome...

-E o Vargas é primeiro nome mesmo.

-Não, é o quarto.

-Quarto?

-É tenho três nomes antes.

-E porque te chamam pelo quarto?

-Porque a cozinha é muito longe.

-O que?

-Foi uma piadinha...

-Ah...

-Então chamam pelo quarto porque os outros três não pegaram.

-Como assim não pegaram?

-Lembra no colégio quando tentava te dar um apelido e não pegava?

-Lembro.

-Foi o que aconteceram, tentaram o primeiro nome não pegou, o segundo tava começando a pegar mais apareceu mais um na minha sala com igual, fui pro terceiro ficou um tempo até cair em desuso.

-E se esse não pegar?

-Vou ter que inventar um apelido.

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-Oi vizinha.

-Opa, daí tudo bem?

-Tudo, tudo.

-Então o que você quer vizinho?

-Vim cobrar minhas xícaras de açúcar, café, farinha e sal que você pegou e não devolveu.

-Hum?

-Não que eu esteja precisando mais é só pra não acumular mais né...

-Se ta de brincadeira né vizinho sempre com esse senso de humor...

-É senso de humor é tudo mesmo... Só que eu não to brincando não.

-Você ta falando sério?

-Seriíssimo.

-Mais se não me engano eu devolvi todas as xícaras que peguei.

-Sim mais não to falando da xícara to falando do conteúdo, peraí que eu tenho anotado.

-Você anotou?

-Depois da quarta xícara de açúcar sim.

-Ah é assim então?

-Só quero pegar pra não acumular mais.

-Você é um louco eu vou devolver e nunca mais pego nada empresado do senhor.

-Duvido.

-O que?

-Duvido.

-Ah o senhor é muito desaforado mesmo não sei onde eu tava com a cabeça quando peguei alguma coisa emprestada do senhor. Vou pegar suas “xícaras” e nunca mais quero ver o senhor na minha frente.

-Aproveita e vê se tem maisena pra me emprestar.

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Na fila do almoço.

-Você coloca o feijão em cima do arroz?

-Sim, por quê?

-Não sei se você sabe mais ta errado.

-Errado?

-É, o feijão vai antes do arroz.

-Porque?

-É a lógica.

-Lógica?

-Sim, veja bem feijão, arroz e carne.

-Ta mais o porque do feijão ir por baixo.

-Ta na bíblia.

-Na bíblia?

-Sim, na hora da santa ceia...

-Mais eles não comeram num buffet no dia da santa ceia.

-Ah não.

-Não.

-É não só que na hora que eles estavam na mesa, se não me engano José alcançou a panela pra Judas, e quando Judas foi colocar no prato Jesus disse “Feijão vai por baixo”...

-Ahm?

-“Feijão vai por baixo”.

-Onde você viu isso?

-Na bíblia.

-Que parte?

-Na parte final lá, na hora da janta...

-Você ta inventando isso.

-Não, pode procurar...

-Ah você não achou uma explicação...

-Acabei de explicar.

-Ta bom, ta bom...

-O que? você vai misturar feijão com o macarrão...

-Ih de novo?

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-Ei, ei, você.

-Eu?

-É.

-Fala?

-Sabe que eu acho que te conheço de algum lugar.

-Eu?

-É, você não é primo da – da... Como é o nome dela mesmo?

-Karla.

-Isso, Karla.

-Sabia que era você. E como ta a Karla?

-Sabe que faz tempo que eu não vejo ela.

-Eu também, diz que eu mandei um beijo pra ela.

-E se você ver ela primeiro diz que eu mandei um beijo.

-Ta. Mais e o – o...

-Dani.

-Isso o Dani, como ta o Dani.

-Ta bem também ta pra casar ou ta separando não sei ao certo.

-Esse Dani é brincadeira lembro cada uma dele.

-O Dani é o bicho.

-Diz que eu mandei um abraço pra ele.

-Digo sim.

-Então vou indo, abraço - o- o...

- Pedro...

- Isso Pedro, sabia que te conhecia é tão bom encontrar pessoas que tivemos pouco contato mais que marca.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

No Divã

- O que está acontecendo?

- Ah você quer saber? Quer saber mesmo ou ta falando isso só pra me agradar?

- Quero saber estou aqui pra te ajudar.

- Você me ajudar? Quem é você pra me ajudar, nem sabe o que está acontecendo.

- Pois então fale, sou todo ouvidos...

- Falo se eu quiser, falo se eu quiser.

- Tudo bem.

- Tudo bem? Não ta tudo bem se tivesse tudo bem eu não viria aqui.

- Eu sei que não está bem mais preciso que você se abra.

- Agora você sabe tudo, o senhor sabe tudo, ‘ah eu sei tudo eu sou psicanalista’.

- Estou aqui pra te ouvir.

- Porque? Porque? Pra sair falando pra todo mundo que eu tenho problemas?

- Nada que é falado sai daqui.

- Todo homem fala isso, todos...

- Mais aqui eu não sou homem...

- Ah não além de tudo é viado, era tudo o que eu precisava, um viado me atendendo.

- O que?

- Ah não de novo não, já tinha acontecido com o Maurinho agora meu doutor também não.

- Não, não é nada disso.

- Aí porque essas coisas acontecem comigo doutor, porque?

- Veja bem...

- O senhor não me deixa falar doutor, você está me sufocando.

- Dona Edite a senhora veio se consultar de TPM de novo?

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- Pode falar.

- Então doutor é que eu tenho medo.

- Medo?

- É medo, medo do que pode acontecer...

- Medo do que pode acontecer?

- Sabe você fica imaginando o que vai acontecer no futuro e começa a ficar com medo no presente.

- Sim, sim continue.

- Eu to aqui agora e pensando e ano que vem? Onde eu vou estar ano que vem.

- Pelo visto aqui ainda.

- Oi?

- Nada pode continuar... Não sabe onde vai estar.

- Fico viajando como vou estar, empregado, namorando, com dinheiro...

- É acho que não adianta se preocupar com o que vai acontecer.

- É eu sei que não mais não consigo não pensar. E se eu ficar careca? Imagine eu careca...

- Ah então você está preocupado com o seu cabelo.

- Só com o cabelo não doutor, o cabelo é o que vai decidir meu futuro...

- O cabelo vai decidir o seu futuro?

- Veja bem se meu cabelo continuar aqui eu vou continuar conquistando mulheres, vou ter respeito no trabalho e continuar ganhando dinheiro...

- Pelo jeito o senhor tem complexo do chewbaca.

- Isso é sério doutor?

- É um caso raro mais que tem tratamento.

- Raro doutor... E qual é o tratamento?

- Você vai ter que ser forte.

- Aí doutor...

- Você já raspou o cabelo?

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- Eu tenho problemas com as mulheres.

- Que tipo de problemas?

- É que elas só querem virar amiga.

- Hum.

- Faço elas rir, faço carinho e tudo mais só que quando vou partir pra cima elas falam que não querem estragar amizade.

- Sei sei.

- Eu não quero amizade doutor, amigo eu tenho na internet.

- É.

- Vejo uns caras “horríveis” com varias mulheres doutor.

- Entendo.

- Eu não sou feio doutor, até que sou engraçado, passo perfume e elas só querem ser amiga.

- Hum.

- Num quero amiga, quero pegar elas, agarrar e mostrar que sou o “cara”.

- Sim, claro.

- Será que eu vou ter que começar a tratar elas mal pra começarem a me respeitar, acho que é isso vou ser MAU, isso...

- Você não precisa disso, é bem mais simples do que você imagina.

- O que é então doutor eu preciso de uma solução urgente.

- Eu posso te ajudar mais antes eu preciso saber de uma coisa sua namorada sempre está junto com você quando você sai?

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- Doutor eu preciso de ajuda eu to traindo meu marido.

- Sente – se.

- Eu to aflita, me ajuda doutor, eu não quero mais fazer isso...

- Fale – me mais.

- Já faz quase um ano que eu to fazendo isso.

- E a quanto tempo vocês estão juntos?

- Um ano e um mês.

- Sei sei.

- Comecei com um caso na internet...

- Continue.

- Depois conheci um cara no mercado, e um no posto, e um no shopping...

- Entendo.

- Eu não quero mais fazer isso doutor, não quero...

- É complicado.

- Não quero mais doutor...

- Como ele é?

- É muito bonito, rico, carinhoso...

- Ele te bate?

- Nunca encostou um dedo em mim.

- Ele te trai?

- Não seria capaz de fazer isso me ama muito.

- Ah ta explicado.

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No Hospício.

- Porque você ta internado?

- Foi um engano, pegaram o cara errado.

- Ué e porque você não explica isso pra eles?

- Já expliquei eles falam que eu sou louco.

- É, eles são assim mesmo.

- Não sei mais o que fazer pra provar que pegaram o cara errado.

- Cara errado?

- É confundiram pegaram o cara errado.

- Você ta louco!

- Não eu sou normal o outro que o louco.

- Que outro?

- O Certo.

- Mais se ele é certo ele não é louco, ele seria louco se fosse errado.

- Então eu sou o certo e ele é o errado.

- Não, mais você não acabou de falar que pegaram o cara errado?

- Isso, o certo seria ele.

- Então se o certo seria ele, você é o errado?

- Sim eu sou o errado.

- Você não acabou de dizer que é o certo.

- Eu sou um cara certo, que foi preso no lugar do errado.

- Todos falam isso.

- Mais no meu caso é verdade.

- Não sei não tem cada louco por aí.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O Garçom

O Garçom é uma figura e tanto, o psicólogo do bar, que sempre tem uma palavra amiga, uma balde com gelo e um conselho que quase nunca se entende... Tem os que trabalham a tantos anos no mesmo bar que ele já sabe o que você vai beber (ou pelo menos acha que sabe). Garçom com personalidade forte, opinião aberta e que não sabe a hora de ficar quieto.

- Garçom traz mais uma geladinha.

- Num ta na hora do senhor ir?

- O que?

- Sua mulher não fica brava se o senhor chegar tarde?

- A minha mulher não manda em mim.

- Eu acho que sim.

- O que? Porque você acha?

- Que horas você tem que chegar em casa?

- Ah hora que eu quiser... No Maximo até 22h30min.

- Viu...

- Mais não é porque ela mandou é porque eu trabalho cedo então até jantar, tomar banho...

- Sei, sei.

- Sabe nada eu mando lá em casa, se eu quiser vir todos os dias aqui eu venho.

- E porque eu só vejo o senhor uma vez por semana aqui?

- Porque eu só venho uma vez por semana, porque...

- E é sempre no mesmo dia?

- Porque, ah porque é sagrado né!?

- E porque você só pode passar o dia que vem do futebol porque sua mulher não gosta que fique passando outros dias.

- Nada haver, não tem nada haver, pega outra cerveja pra mim.

- Vou pegar mesmo já ta quase na hora do senhor ir.

- O que quase na hora de eu ir... eu vou a hora que eu quiser... Ih 22h00min horas já, tenho que ir.

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- Ei garçom, garçom.

- Pois não?

- Ta vendo aquela morena?

- Sim.

- Leva esse bilhete pra ela e fala que eu...

- Não bilhetinho não funciona.

- O que?

- Bilhete não funciona mais não.

- Como não? Sempre funcionou...

- Não mais com aquela dali não funciona, o ultimo que mandaram ela usou pra limpar o batom e olha que o que tava escrito era bonito.

- O que, você leu?

- Ué eu to levando e não posso ler? Vai que tem algum erro de português, nenhuma mulher quer um homem que escreve errado.

- É melhor não então, faz o seguinte leva mais um daquele que ela está bebendo e fala que fui eu que mandei.

- Não funciona também.

- Hum?

- Pagar bebida não adianta você só vai gastar dinheiro, não funciona, já vi ela saindo bêbada daqui de tanta bebida que pagaram pra ela e nada.

- Ah é?

- Vai por mim.

- Então eu vou lá conversar com ela do jeito antigo também.

- Ih não vai adiantar.

- O que, mas você nem sabe o que eu vou falar.

- Não vai funcionar.

- E porque não, vai dizer ela é surda muda, que não fala português?

- Não é porque ela já ta indo embora.

- Como você sabe?

- Porque é a hora que o namorado dela para de tocar.

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Já passava da hora de fechar o bar e só um cliente insistia em ficar.

- Eu não vou embora, não, não volto praquela casa nem ferrando, e traz mais uma pra mim...

- Ah o senhor vai!

- Ah num vou!

- Ah vai!

- Num vou!

- Então eu vou pra sua casa.

- Num... O que?

- Vou pra sua casa e você fica aqui.

- Se num vai pra minha casa eu gosto de você não quero que você sofra.

- O que que tem na sua casa de tão assustador?

- Minha mulher ta de TPM...

- Vou pegar mais uma cerveja.

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- Mais uma rodada por conta do Carlo.

- De novo na conta do Carlo, você ta pagando tudo porque Carlo?

- Ei garçom? Shhh... Só pega as cervejas.

Carlo – é mesmo mais uma na minha conta?

- Pela as minhas contas já é a quarta na sua conta.

- O que você pensa que ta fazendo?

- Só falei pra situar o Carlo.

Carlo – Quarta? Vocês estão se aproveitando de mim?

- Não.

- Pelo jeito sim.

- Shhh... Fica quieto você aí.

- Mas foram vocês quem me chamaram.

- Sim mais não pra ficar contando quantas rodadas já foram pagas.

Carlo – ah vocês queriam esconder de mim.

- Nada haver Carlo. (Coral na mesa... NADA HAVER)

- Eu acho que sim.

- Shhh... Sai daqui.

Carlo – bem que eu vi que minha conta tava bem mais alta do que a de vocês sempre, a quanto tempo vocês fazem isso?

- Para de bobeira, não fazemos nada.

- Desde que você freqüentam aqui.

- Shhh... Já não falamos pra você sair daqui? Será que vamos ter que chamar o gerente?

Carlo – Ah vocês querem que ele saia pra voltar a me enrolar né!?

(Em coro... NADA HAVER)

- É o que ta parecendo.

- Ah eu vou ser obrigado a chamar seu gerente.

- Então eu vou contar pra ele dos petiscos.

- Shhh...

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- Alo quem fala?

- É o Garçom.

- É com você que eu falo pra fazer reserva?

- É, depende.

- É, depende?

- Sou eu, depende do que se trata a reserva.

- Ah sim, é pra uma confraternização.

- Qual dia?

- Terça-feira.

- Quantas pessoas?

- Umas 20.

- Qual é o segmento da empresa?

- O que?

- O segmento?

- Pra que você precisa saber disso?

- Procedimento.

- Agencia de publicidade.

- Ah publicidade.

- É publicidade.

- E a maioria é mulher ou homem?

- Ué qual é a diferença?

- Procedimento.

- É mulher.

- Já sabem quanto vão beber?

- Não claro que não.

- Não tem nem idéia?

- Não.

- O que vão comemorar?

- É que batemos a meta.

- Ah comemoração porque bateram a meta, vão beber bastante.

- Mais no que isso influencia?

- Procedimento.

- Mais alguma coisa?

- Vão comer antes de vir ou vão comer aqui?

- Qual é a diferença?

- É procedimento minha senhora.

- Metade vai comer antes e metade aí, agora ta feita a reserva?

- Não a senhora vai ter que ligar mais tarde.

- Não acredito que você me perguntou tudo isso e eu vou ter que ligar mais tarde, porque não faz agora?

- Procedimento.